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HIGHEND 2015 - MUNIQUE - REPORTAGEM

HIGHEND 2015 - MUNIQUE - PARTE 9



Aviso à navegação: todos os sons que se ouvem nestes videos foram registados directamente nas respectivas salas, durante as demonstrações realizadas por fabricantes e distribuidores, com discos por eles seleccionados. Não foi utilizado qualquer CD ou ficheiro áudio pelo Hificlube durante o processo de edição.


Assim, não admira que, além da música, se oiçam também vozes, portas a bater, telemóveis a tocar e outros ruídos avulsos.


Em alguns casos identificados, o som foi registado simultaneamente com as imagens, pelo que se podem verificar alguns problemas de fase, devidos ao movimento da câmara, além de ruído de fundo da captação analógica.


Em outros casos, também identificados, o som que ilustra as imagens editadas foi captado digitalmente e o registo som/imagens não é simultaneo, tendo sido editado, embora corresponda sempre ao som real do binómio sala/sistema respectivo.


Tendo em conta estas questões técnicas e os problemas acústicos associados com as salas em eventos deste tipo, o que se ouve é meramente ilustrativo do potencial acústico dos sistemas demonstrados, e serve sobretudo como indicador da qualidade do som, e como auxiliar de memória da audição presencial que está na base dos meus comentários.


A classificação final reflecte apenas o que se ouviu (trechos musicais), onde (acústica da sala), quando (durante um hifishow) e como: muitas vezes de pé, com pessoas a falar, a entrar e a sair, enfim...


Enjoy! E discorde, se for caso disso...


Nota: sempre que possível, veja os videos em HD 720/1080p. E de preferência oiça o som com auscultadores.

HIGHEND 2015 – MUNIQUE – THE BOOTLEG SESSIONS


ABSOLARE/ROCKPORT (UAE)


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


Este ano, a Rockport optou pelas Avior em detrimento das Altair, estas bem mais adequadas para reproduzir o super-double bass de Gary Karr, interpretando o Adagio atribuído a Albinoni, com arranjos de F.Perezza. Claro que as Avior não movimentam tanto ar como as Altair e, sendo a sala grande, senti que faltava ali alguma autoridade dinâmica.


De facto, estava lá tudo o que faz realmente falta: o som grave, grave mesmo (uau!), e resinoso do arco sulcando as cordas, a inacreditável definição, articulação e emoção do som e o sentimento do intérprete que passa incólume para o ouvinte.


Num aspecto, as Avior até talvez tivessem sido uma melhor opção: lembro-me que no ano passado (ou foi há dois anos?, o tempo passa...) as poderosas Altair de vez em quando pegavam na sala ao colo...


Claro que nada disto seria possível sem a tecnologia de vácuo dos novos Absolare Passion 85 push-pull e Phonostage, associado ao gira-discos Kodo. A pura magia de um som luminoso e quente.


Classificação: A+

AVM (UAE)/GAUDER


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


A Gauder não tem distribuidor entre nós. Mas a AVM é representada pela UAE, aliás, tal como a Absolare/Rockport. Reza a lenda que a AVM foi concebida por engenheiros que sairam da Burmester e, de facto, o som parece ter o mesmo ADN, o preço é que não, felizmente. A sala estava sempre cheia, o que não admira depois do que se ouviu: um som doce, limpo, encorpado q.b. com muito para dar e recomendar neste Allegro, alegre e dinâmico, da 5ª Sinfonia de Beethoven pela Hanover Band. Sehr gut!


Classificação A-

CH PRECISION (UAE)/WILSON BENESCH (Ajasom)


Nota: registo digital/imagens editadas


A suiça CH Precision (UAE) faz aqui par com Wilson Benesch (Ajasom). Dos mesmos distribuidores, a CH Precision também se apresentou, tal como o ano passado, com as irreverentes Vivid. No videosampler há um excerto deste 'concerto', mas a selecção musical era infeliz e algo histérica, e optei antes por esta actuação. Já ouvi os CH Precision tocar melhor (com as Vivid o ano passado, por exemplo), talvez porque a integração WB Endeavour/Sub não estivesse no ponto, o que é sempre difícil em condições precárias de um hifishow. Mas é óbvio que estamos perante um som de qualidade highend.


Classificação: A-

CONSTELLATION/MAGICO (Imacustica)


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


Um dos grandes sons de Munique. O que já era bom, é agora ainda melhor, na versão Virgo III/Centaur II: transparência absoluta, elevada resolução, detalhe fino e macio, musicalidade, envolvência e poder. Sensação de realidade, num palco amplo e profundo. E as novas Magico S7 andam perigosamente perto das M-Pro. Uma estreia triunfal!


Classificação: A+(+)


Nota: a segunda estrela é pelo incrível poder de resolução dos Constellation.

ESTELON (UAE)/SOULUTION (Ajasom)


Nota: registo digital não-simultâneo/imagens editadas


As colunas de banda muito larga, como as Estelon Extreme, são as que mais sofrem com as más condições acústicas das salas nos hifishows, ou melhor, as divisórias e tabiques do espaço que lhes coube no MOC.


E a selecção musical da sala da Estelon teve altos e baixos (literalmente). Eu até acho que aceitavam discos pedidos, o que só pode dar asneira. Nestes casos, nada como a música barroca.


Quanto ao equipamento em presença, não posso acrescentar mais do que aquilo que já publiquei aqui no Hificlube:


'Há uma característica particular que distingue as Estelon Extreme: é quase possível 'medir' quantos metros cúbicos de ar envolvem as fontes de som, sejam vozes ou instrumentos, desde o espaço claustrofóbico onde a cantora regista a voz em separado sobre um registo instrumental prévio, com o auxílio de auscultadores; ao frémito produzido no ouvinte pelo súbito tinir de uma sineta na acústica de uma igreja; ou a turbulência do ar soprado para dentro dos tubos de diferentes diâmetros de uma flauta dos Andes'.


Classificação: A(+)

FOCAL/NAIM (Esotérico)


Nota: registo digital ilustrado com fotos


O distribuidor da Focal/Naim em Munique gosta de se dar ares de importante, estilo reunião do BCE. Porta fechada, lugares e hora marcada. Como se um repórter pudesse esperar. À primeira não consegui entrar. À segunda, entrei por ali adentro, sentei-me e gravei esta banda sonora para os meus leitores. Imagem de video estava fora de questão, porque a sala estava à escuras e as paredes pintadas de preto, como o comboio fantasma da feira popular. Mas o som estava bom, pronto. A verdade tem de ser dita. Gostei.


Classificação: A

LIVING VOICE (UAE)/KONDO KAGURA


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


Tentei entrar lá duas vezes e a fila dava a volta ao quarteirão. É assim, quando se sabe que lá dentro se vivia um momento religioso único e talvez irrepetível. O video não me deixa mentir. Já alguma vez viveu uma epifania colectiva?


Homens maduros, musculados e de barba rija, rendidos, comovidos, limpando lágrimas furtivas, de olhos fechados, em êxtase espiritual, inspirados pela música que se ouvia na sala, e inspirando a custo pela respiração embargada pela emoção o som da voz divina de Cecilia Bartolli, cantando Casta Diva?


Nem sei como consegui chegar ao fim da filmagem, pois sentia arrepios por todo o corpo. Já sei que a Vox Olympian custa uma fortuna exorbitante (+ 300 mil!) e tem um aspecto extraterrestre, com aquele bico a lembrar o do pinguim infantil Pingu, que o meu neto adora: nhoc, nhoc.


Também sei que os Kondo Kagura são mais raros e caros que uísque japonês Suntory’s Yamazaki Single Malt Sherry Cask 2013 15 years old (considerado o melhor do mundo).


Caramba, mas como deve ser bonito ser rico e ter bom gosto...


Classificação: A+(+)(+)


Nota: a segunda estrela é una furtiva lacrima, a terceira é pela epifania colectiva...

MERIDIAN MQA (Ajasom)


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


A minha primeira audição da tecnologia MQA (Master Quality Authenticated) deixou-me ambivalente: achei o agudo demasiado redondo e o médio demasiado encorpado. Mas à segunda foi de vez, e fiquei convencido de que estamos perante uma revolução na forma de levar a qualidade de uma master tape a um público mais vasto, sem a necessidade de terabytes de capacidade de armazenamento, como sucede com a DSD e DXD.


Sentei-me na última fila e 'The Voice' saiu do túmulo, onde o MP3 o enterrou, e fez-se ouvir na sala com um sorriso de olhos azuis, e uma naturalidade e realismo que assusta. Ouvi ainda Ella e Armstrong, Clapton e BB King e Mozart, num registo original em DXD da 2L (tenho tudo gravado), mas fiquemos apenas com o velho Frank, por agora.


Pela amostra, acho que não é preciso dizer mais nada. Bob Stuart conseguiu o impossível: meter o Arco da Rua Augusta (master tape) na Rua da Betesga (um ficheiro brevemente perto de si via Tidal streaming...). Get ready for the times they are a’changin...


Classificação: A+(+)


Nota: a segunda estrela é pela inovação tecnológica.

MSB/MARTEN (UAE)


Nota: registo digital não-simultâneo/+analógico simultâneo/imagens editadas


As Coltrane 3 são como os carros de produção que aproveitam os desenvolvimentos da marca na Fórmula 1, as Supreme II, neste caso. O mesmo cuidado na precisão da fase geométrica, que garante à partida o sucesso da fase eléctrica, exigindo menos complexidade ao filtro divisor. As Coltrane foram alimentadas pelos 'ouriços' da MSB, tendo como fonte o ultraselecto DAC Select.


A peça de jazz foi registada digitalmente (16-bit- 44kHz), enquanto o excerto pop de é um registo analógico simultâneo. Não será a música ideal para demonstrar um sistema deste gabarito (aqui fazia falta Miguel Carvalho e o seu bisturi, perdão, iPad), e a classificação reflecte mais a circunstância que a substância.


Classificação: A

NAGRA (Ajasom)/WILSON AUDIO ALEXIA (Imacustica)


Nota: registo digital/imagens editadas


Uau! Assisti praticamente a todas as estreias de novos amplificadores Nagra, a válvulas e a transístores, muitas vezes em apresentações privadas em suites de luxo de hotéis de Las Vegas. Mas o novo HD é uma revolução: este é o melhor amplificador da Nagra que já ouvi. Ponto final.


Ataque, ritmo, controlo férreo, macrodinâmica, resolução, transparência. As Alexia andaram num virote de mão em mão e o grave nunca soou tão disciplinado. Mais uma estreia triunfal!


Alguma tendência do demonstrador para carregar no pedal, o que não surpreende, pois ao fim de umas horas dentro da sala, a ausência de distorção faz perder a noção do nível de pressão sonora...


Classificação: A+

NATIVE DSD


Nota: registo analógico simultâneo/imagens editadas


Depois de ter feito este registo é que reparei que não tinha montado o microfone externo, pelo que esta gravação foi feita com o microfone interno da camcorder! Mesmo assim – e apesar do ruído de fundo – é mais do que óbvio que estamos perante um master de grande qualidade.


A demonstração da Native DSD só pode ter surpreendido quem nunca ouvi um registo desta editora holandesa em DSD256. La crème de la crème do áudio actual. Nothing compares to this...


Classificação: A+

RAIDHO ACOUSTICS (Delaudio)


Nota: registo digital não-simultâneo/imagens editadas


No primeiro dia, era capaz de jurar que havia um problema de fase nas ligações das colunas. Depois ouvi um LP dos Beatles e fiquei de queixo caído com a inacreditável sensação de presença e realismo das harmonias vocais. O alegado problema de fase – a haver – era apenas com fonte CD.


No segundo dia, fui lá gravar isto e saí de lá a bater mal, como diria o meu amigo Eduardo Rodrigues. Se há uma coluna coesa, coerente, focada, precisa, com ritmo e sem sombra de arrastamento ou coloração, é a Raidho. Sobre as Raidho D-1 escrevi recentemente no Hificlube:


'Ao reduzir distorções, ressonâncias e colorações até um ponto raramente conseguido, a Raidho deixa-nos libertos perante a música, que surge do negrume do nada, do vácuo do silêncio.'


Ora esta era a topo de gama D-5, portanto, ficam assim com uma ideia razoável da qualidade do som. Só não leva classificação máxima porque a qualidade variou muito com a fonte e com a selecção musical, e deixou-me indeciso.


Classificação: A/A+

SOULUTION (Ajasom)/Magico


Nota: registo digital não-simultâneo/imagens editadas


Muito bom. Mas não tão bom como o da parceria Constellation/Magico S7. Embora estas já fossem, creio, as Q7 II, portanto com o novo tweeter. Fui lá várias vezes e fiz outros registos. Optei por este, por ser o que melhor espelha o potencial do sistema. Um dos dois casos em que estou indeciso quanto à classificação, no qual as partes são claramente melhores que o resultado final.


Classificação: A/A+

TAD (UAE)


Nota: registo digital/imagens editadas


Tive saudades de Andrew Jones que desertou da TAD para a Elac. Os criadores de hifi são como os treinadores de futebol: andam sempre em bolandas. Mas a qualidade do som e da música (Andrew deve ter deixado cópias do arquivo musical na TAD) manteve-se a elevado nível.


Tanto na CES como no Highend, a TAD oferece aos ouvintes uma musicalidade intrínseca que parece ser independente do modelo utilizado: é sempre bom, quer sejam as Reference One e Compact ou as Evolution.


Na demonstração, foram utilizados, além da electrónica TAD, componentes da Audio Alchemy, que vai passar a ser distribuida também pela UAE.


Também lá estavam as Compact Reference. Aqui ouviram-se as TAD CE1, Compact Evolution. Sobre elas escrevi recentemente no Hificlube:


'O que as distingue são os painéis de alumínio, montados em ambos os lados de forma a deixar uma fresta por onde respira o sistema reflex, como se as CE1 tivessem guelras biologicamente adaptadas ao ambiente acústico da sala. O resultado é um som grande, carnudo, de textura homogénea e com uma milagrosa imagem holográfica.'


Não tenho mais nada a acrescentar ou a alterar.


Classificação: A+(+)


Nota: a segunda estrela é pela imagem holográfica.

SILTECH/CRYSTAL CABLE


Nota: registo digital/imagens editadas


Uma muito agradável surpresa. Décor e qualidade do som de alto nível. Relaxante, real, musical, humano. As Crystal Minissimo Diamond Edition, um brinquedo caro mas com um som absolutamente glorioso, alimentadas por um amplificador integrado CCI com Light Drive. A Minissimo utiliza um tweeter dulcissimo da Seas e cablamento interno Absolute Dream. Um sonho absoluto: sempre que entrava na sala não queria acreditar que havia um Crystal Deep Bass ligado, tal a exceleância da integração do som.


Classificação: A+

Aqui termina a reportagem em 9 Partes do Highend 2015 - Munique. Esperamos que tenham gostado. Para o ano há mais...


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