Eu sei que publicar títulos em inglês e depois texto em português pode confundir os leitores. Mas não resisti. Até porque esta ‘série’ em dois episódios tem muita informação de arquivo com origem nos EUA, nomeadamente pdfs de reportagens em Las Vegas (CES 1997) e do Stereophile Show, NY1996.
No próximo episódio, vão saber porquê, mas entretanto comecemos pelo princípio.
António Almeida e Nuno Cristina (Ajasom) convidaram o Hificlube para uma sessão audiófila no auditório da Damaia, como pano de fundo de uma análise ao desempenho de um sistema topo-de-gama composto por:
McIntosh – Leitor de Cd’s MCD550 – 10.500.00€
McIntosh – Pré amplificador C2500 – 11.600.00€
McIntosh – Amplificação MC 1.2K – 40.800.00€
Inuuos – Servidor Audio Zen Mini STD– 849.00€
SoTm – conversor D/A – SDP1000EX – 4.200.00€
Bergmann Audio – sistema de gira-discos – Magne – 10.900.00€
Lyra – Cabeça de Gira discos – Delos – 1.200.00€
Nagra – Andar de phono – BPS – 2.200.00€
Shunyata – filtro de sector – Denali 6000T – 6.550.00€
Avalon Acoustics – Colunas de som – Avalon Eidolon Vision – 14.000.00€ (Segunda mão)
JL Audio – subwoofer – F112 – 4.200.00€
Bassocontinuo – Mesa do sistema – AEON 2.0 – 7.824.00€
Kimber Kable – Cabos de coluna e sinal - Linha Select 1036 e 6068
Shunyata – cabos de sinal e corrente
Furutech – cabos de corrente, tomada NCF e desmagnetizador
Qualia Physic – Q1- filtro de corrente. 350.00€
É só fazer as contas: qualquer coisa como 120 mil euros de equipamento de áudio. E isto porque a ‘estrela da companhia’ a bela Avalon Eidolon Vision está com um preço de ‘2ª mão’, pois um par novo ronda os 40 mil euros.
Sobre a qualidade do som do sistema, sobretudo das Eidolon que tocaram com a ‘patine’ de um Stradivari a que se deu muito bom uso, iremos debruçar-nos no próximo episódio.
Episode One: The Gregory Porter Experience
Do sistema integral (ver lista acima) faziam parte alguns acessórios, cuja influência (ou não) na qualidade do som geral pretendo partilhar com os leitores.
Nomeadamente, o ‘desmagnetizador’ Furutech DeMag, a tomada NFC, também da Furutech, e um produto nacional, o Qualia Physic Q1, um filtro de corrente da autoria de João Grácio.
E qual a melhor forma de o provar (ou não…) que um vídeo com um curto excerto de ‘God Bless The Child’, cantado a cappela pela voz poderosa de Gregory Porter, registado ‘ao vivo’ no auditório da Ajasom, tal como foi reproduzido pelo sistema de som, sempre nas mesmas condições.
Primeiro a partir do CD original, depois com o CD desmagnetizado pelo DeMag, seguindo-se o sistema ligado via tomada Furutech NCF e, finalmente, com o filtro de corrente Q1.
Nota: o volume manteve-se sempre inalterado, assim como o ‘set up’ e posição do microfone.
Apesar do registo sonoro ser apenas um ‘fac simile’ digital do som original que, aliás, pode ouvir pessoalmente, bastando para isso marcar a audição com o Nuno Cristina e deslocar-se à Damaia, ouvem-se pequenas diferenças cumulativas sempre para melhor, bastando para as detectar utilizar um bom DAC e auscultadores, ou ligar o PC via DAC ao seu sistema de som.
A análise espectral que realizei não ‘mostra’ grandes diferenças, se é que há alguma, mas na audição é possível discernir uma redução de ‘ruído’, como se o excipiente acústico, ao tornar-se mais transparente, nos permitisse ouvir melhor os sons que nele estão ‘em suspensão’.
Nota: a imagem estereofónica também ganha outra dimensão, mas isso é algo que só se pode experimentar ‘in loco’.
O Furutech DeMag começou por ser um ‘desmagnetizador’ de LPs mas evoluiu para poder ser utilizado também com CDs e até cabos!...
‘Desmagnetizar LPs?!’, pergunta o leitor, ‘mas o vinilo não é plástico?’ Sim, de facto, o DeMag está envolto em polémica desde que nasceu.
Contudo, a Furutech defende que as partículas de carbono na base do vinilo estão ‘poluídas’ por partículas metálicas que, se forem desmagnetizadas antes da reprodução, melhoram o som do LP.
Eu sei que custa a acreditar. Mas não custa nada ouvir para crer. Aliás, há muitos anos que utilizo um ‘desmagnetizador’ de CDs e, nos anos oitenta, tinha uma ‘pistola’ para fazer o mesmo aos LPs.
Já para não falar no famigerado Peter Belt, recentemente falecido e que conheci pessoalmente, que vendia alfinetes-de-ama, pinças de plástico e autocolantes com hologramas que, alegadamente, melhoravam, não o som, mas o ‘ambiente acústico’ onde o ouvíamos. Mas isso é outra história que um dia vos vou contar.
Esta história é verdadeira, e passo a apresentar-vos as provas:
Nota: o vídeo abre com o teste visual de funcionamento do DeMag, que deixa loucas as esferas metálicas dentro das caixinhas de plástico colocadas em cima.