‘A nova coluna Avalon Eidolon é, na minha opinião, o maior triunfo de sempre de Neil Patel. Mantendo, ou antes, requintando a forma prismática das suas antecessoras e agora com altifalantes cerâmicos, deixaram-me completamente rendido à beleza das linhas: as geométricas e as melódicas’.
Esta opinião foi publicada na reportagem da CES1998 (abrir pdf no final do texto), quando da apresentação mundial das Eidolon Diamond, em Las Vegas, com base nos desenvolvimentos técnicos das então topo-de-gama Osiris, em cuja estreia, no Stereophile Show NY1996, também estive presente (abrir capa e páginas 7 e 15 do pdf integral que faz parte do arquivo histórico do Hificlube).
Aliás, logo no ano seguinte, as Osiris foram a grande vedeta do audioshow97, no hotel Penta, e nesse mesmo ano publiquei no DNA Sons uma reportagem sobre uma audição privada, em Lisboa (abrir pdf de ‘Prazeres Proibidos’ no final do texto).
Nota: os pdfs podem demorar algum tempo a carregar. Be patient.
Tudo isto para dizer que há vinte anos que acompanho a carreira de Neil Patel, o criador da Avalon, que foi apadrinhada, desde o primeiro momento, por Jeff Rowland.
Os leitores mais jovens provavelmente nunca ouviram falar em Neil Patel ou na Avalon, porque Neil se afastou dos mídia, por considerar que a crítica não sabe dar o devido valor à sua obra. Daí que a Avalon seja tão pouco ‘badalada’ na imprensa americana.
Mas pelo menos eu respondi sempre à chamada, como foi o caso agora, quando surgiu a oportunidade de ouvir de novo um par de Eidolon Vision no auditório da Ajasom, na Damaia.
Pedro Henriques listening to Avalon Eidolon
Trata-se de um par de retoma e, logo que começou a audição, perguntei surpreendido a Nuno Cristina: ‘Mas como é possível alguém não querer este par de Eidolon, que está a tocar maravilhosamente?’. Nuno respondeu de imediato com um sorriso de compreensão: ‘Comprou-nos um par de Avalon Ísis…’. Agora tudo fazia sentido.
As Avalon Isis
As Ísis são as quartas na hierarquia da Avalon, depois das inacreditáveis Tesseract, Sentinel e Saga. As Osíris são agora passado. Mas as Eidolon Diamond ainda resistem tal a qualidade do projecto original.
Neil Patel e as Avalon Tesseract (photo courtesy whatsbestforum)
A star is born
As Eidolon nasceram, portanto, em 1998, mas passados quase vinte anos ainda não são uma estrela cadente. E compreende-se porquê: basta ouvi-las.
Avalon Eidolon com electrónica McIntosh, no auditório da Ajasom - Damaia
Na Ajasom, a electrónica de base McIntosh, como já aconteceu em outras ocasiões (ver Artigos Relacionados), foi o braço forte sobre o qual as Eidolon se apoiaram.
O som resultante era tão natural como a madeira de que são construídas. As Eidolon não são neutras ou clínicas, mas nem por isso sofrem de colorações, pois a madeira contribui aqui com textura e não com cor.
E a forma prismática do ‘baffle’ proporciona-lhes atingir a excelência na imagem estereofónica, que é ampla, profunda e precisa. O detalhe não é obtido à custa de excesso de ‘sharpness’, como nos ecrãs LCD, é um detalhe implícito que faz parte do todo musical.
Vê-se (e ouve-se) que foi uma coluna tratada com carinho pelo anterior dono, como um animal de estimação, e que continuam a justificar bem o preço pedido por elas, mesmo tratando-se de um par de retoma (14 mil euros).
O vídeo que se segue, com alguns excertos das muitas faixas que se ouviram, dá uma pálida ideia do som original, que pode ir ouvir quando quiser sem compromisso ou custo.
Ouviram-se LPs, CDs e uma ‘pen’ com ficheiros áudio a 44/16 através de um Music Server da Innuos.
Nota: a última faixa do video ‘Here But I’m Gone’ por Vanessa Fernandez foi ‘lida’ pelo server da Innuos a partir de uma ‘pen’.