A pedido de várias “famílas” audiófilas do Porto, a Ajasom, em colaboração com a Digimagem, apresentou no último fim-de-semana o mesmo sistema McIntosh que foi demonstrado no Audioshow 2014, com excepção do gira-discos Kronos, a saber:
McIntosh CD/SACD MCD 1100, Prévio a válvulas/Controller C500, monoblocos 1,2KW e as colunas KRT1K , tudo montado a preceito no auditório da Digimagem, com um mínimo de tratamento acústico, e nem sequer um cortinado a proteger a enorme vidraça da montra.
E sabe-se como o vidro “deixa passar” os graves (baixas frequências) e reflecte os agudos (altas frequências). Digamos que no áudio se aplica a aforismo: diz-me em que sala tocas e dir-te-ei como soas...
Pois o mesmíssimo sistema soou de forma diferente na Digimagem, o que só prova a importância fundamental das salas na performance acústica, sobretudo das colunas de som.
No Porto, as KRT1 (a utilização do subwoofer foi aqui a excepção e não a regra) soaram secas, limpas, controladas, definidas e com ataque transitório; com excelente projecção e presença e, apesar da distância de audição ser equivalente, com melhor integração, talvez porque o ouvinte não se “enterrava” tanto no sofá (ver aqui a nossa apreciação do som do sistema no Audioshow 2014).
Contudo, sempre que o subwoofer foi ligado, o palco sonoro ganhava alguma profundidade, e não me refiro à profundidade em oitavas mas em metros, pois a ressonância “ambiental” tinha mais peso na reprodução geral.
Com um par de monoblocos MC 1.2KW, potência havia e de sobra, embora, como sempre acontece, cada sistema tenha uma “velocidade de cruzeiro” com a qual se sente – e nós também – mais confortável: demasiado alto, endurece um pouco; demasiado baixo, perde-se alguma informação harmónica.
A minha ideia original era fazer um registo no Porto da mesma faixa de blues utilizada em Lisboa e utilizar depois um software para obter um gráfico com a “diferença” visível.
Não estando o disco disponível, optei por fazer vários registos, dos quais seleccionei dois para a banda sonora do slideshow e do video, que se podem ouvir abaixo, respectivamente: “Fado É Amor”, por Carlos do Carmo e Raquel Tavares e “School Girl”, por Muddy Waters. Os leitores poderão mesmo assim comparar a diferença de “carácter” do som de Lisboa e do Porto, embora com faixas diferentes, com clara vantagem para este último.
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Nota: ver em HD full screen
Nota: o som corresponde ao som real do binómio sala (Digimagem)/sistema McIntosh (Ajasom) e foi captado directamente no auditório da Digimagem, incluindo o ruído de um carro ou outro passando na estrada e um sonoro Ah, fadista! do Nuno Cristina...
A Ajasom informa que o sistema se manterá em exposição/demonstração na Digimagem até ao final do ano. Os leitores só precisam de agendar uma audição com o Sr. António Coutinho ou com o Sr. Reis e levar alguns discos, Cd’s ou de Vinil. Tel: 224056221 ou 938380808.