No âmbito das semanas temáticas, a Imacústica proporcionou aos seus clientes e amigos uma tarde inesquecível com a Devialet.
A Devialet fez-se representar por dois jovens da sua vasta equipa: Maxime Dumont e Yassine Zaim, que viajaram acompanhados pelo distribuidor britânico Ricardo Franassovici; e, com a colaboração de Ricardo Polónia, tiveram a seu cargo respectivamente o SAMLab-workshop e a apresentação de ‘The Lost Recordings’, com cópias em vinilo e alumínio ('lacquer’) de gravações históricas nunca antes editadas de alguns dos maiores vultos da música de jazz americana, como Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald.
Os leitores podem aceder a toda a informação sobre esta iniciativa única nas notícias prévias sobre o evento que publicámos aqui. São sete os LPs já editados, cujo preço exclusivo (apenas 900 cópias) é de 120 euros, estando o LP de Sarah Vaughan já esgotado – e não, não vai ser reeditado.
Play it once, SAM
A versão original dos LPs editada em alumínio (lacquer=master positivo), do qual só são produzidas 30 cópias duplas, custa 7 000 euros cada e só pode ser reproduzido uma vez!, começando as espiras a degradar-se após a primeira passagem de uma célula de leitura especial.
Se isto não é o supra-sumo da audiofilia, então não sei o que é. Eu diria mesmo que tem tanto de idealista como de romântico – e, hélas, um pouco de loucura gaulesa – este conceito de: ‘play it once’ e depois vive o resto da tua vida na lembrança de como foi bom, como um vinho raro que se abre para partilhar com alguém que se ama, para repetir a analogia de Yassine Zaim. Que ou se guarda ou se bebe, como bem lembrou Ricardo Polónia...
Ou o primeiro beijo, que nunca se desvanece da memória. Sei lá, a primeira noite, ou aquele olhar furtivo carregado de sentido e sentimento, enfim, tudo o que na vida é irrepetível. Talvez um príncipe árabe os compre todos, para ouvir uma única vez com cada uma das suas sete mulheres, como prova da mais absoluta fidelidade conjugal e… audiófila.
Na Imacústica, não ouvimos nenhum ‘lacquer’, claro, apenas as versões em LP, reproduzidas num Air Force III, tendo como companheiras as notáveis Wilson Audio Alexia II, alimentadas, et pour cause, por um par de monoblocos Devialet 440 Pro.
Mas deixem que seja o próprio Yassine Zaim a apresentar estas obras únicas e irrepetíveis, num longo vídeo de cerca de oito minutos, falado em inglês com sotaque francês, perante uma plateia bem composta, sob o olhar (e ouvido) atento de Ricardo Polónia e Ricardo Franassovici, polvilhado com breves excertos do Dave Brubeck Quartet e Ella Fitzgerald, cantando 'My Funny Valentine', com a voz ainda fresca e pura.
Nota: o som foi captado com o microfone da câmara fotográfica, pelo que não é representativo, apenas ilustrativo, da excelente qualidade, sobretudo o LP de Ella. Do mesmo modo, numa sala às escuras com holofotes sobre o sistema, a qualidade da imagem (neste caso, a imagem de vídeo) sofre em conformidade.
Play It again SAM!
Foi este o título que dei a um artigo que publiquei no Hificlube sobre a tecnologia SAM, Speaker Active Matching da Devialet, que podem ler aqui (em inglês). O que o jovem Maxime Dumont nos trouxe de novo, a mim e aos clientes da Imacústica presentes, foi a possibilidade de participar ao vivo na elaboração do perfil SAM de um par de colunas ProAc Response DB3.
A visão destas colunas trouxe-me à memória também momentos únicos e irrepetíveis, tanto de Franco Serblin, que tão cedo desta vida se partiu, como da apresentação das X3trema em Vicenza e da sua audição na Imacústica com o D'Agostino Integrated aqui.
No vídeo acima, com cerca de 3 minutos, Maxime Dumont explica a par e passo o processo de ‘profiling’ de umas colunas com base no algoritmo SAM. Contudo, a comparação acústica no final com apenas uma coluna não é representativa do resultado final. Por isso, reproduzo abaixo os vídeos do teste que elaborei em 2011, num dos auditórios da Imacustica, com um par de Wilson Audio Sophia, com e sem SAM, no âmbito do referido artigo ‘Play It Again, SAM!’.
E, creio, que a diferença é óbvia mesmo através do You Tube, sobretudo se utilizar auscultadores de qualidade. A boa notícia é que se tem um Devialet não paga nada para instalar numa memória SD o perfil das suas colunas. Lembra-se do ET que estava ligado à criança e controlava até o seu ritmo cardíaco? É mais ou menos a mesma coisa…
Do evento Devialet faziam parte ainda duas instalações com base em equipamentos desta revolucionária marca francesa, cujas fotos publicamos abaixo, como aperitivo para uma visita de todos os que não puderam estar presentes: