A visita estava prometida há muito. O Hificlube especializou-se no highend, um mercado de nicho, mesmo a nível internacional. Das muitas marcas famosas que distribui, nomeadamente as suiças Piega, com tweeter de fita, as dinamarquesas Dali e a ex-libris Bang&Olufsen (com loja exclusiva, no Porto), a Luz e Som tem no seu portfólio as alemãs exóticas Avantgarde, que nos têm proporcionado, não apenas grandes sons, mas também grandes imagens, nas suas lendárias apresentações no Highend Show, de Munique.
Claro que um sistema da envergadura das Trio+Bass Horn não é fácil de instalar num espaço como o da loja da Luz e Som, na Av. 24 de Julho, 92C, em Lisboa.
Se eu lhe garantir que o som de Stimela, de Hugh Masekela, que ilustra o video da visita, foi registado directamente e sem qualquer processamento, a partir da reprodução ao vivo das Avantgarde Solo, mais pequenas, domésticas e “domesticáveis”, fica com uma ideia do nível de qualidade sonora do sistema topo de gama.
Mas a oferta da Luz e Som vai muito para além do nicho audiófilo a que o Hificlube se dedica, porque, como escreveu Shakespeare: há mais coisas entre o céu e a terra, JVH, do que a tua filosofia alcança.
Logo há também muito boa gente que gosta de som e de imagem, desde que não se imponha fisicamente ao espaço decorativo envolvente, optando pela discrição ou pelo efeito surpresa: espelhos que são afinal televisores, ecrãs e plasmas que se recolhem na concha, quando cessam a sua função de entretenimento doméstico, minisistemas transparentes ou até mesmo invisíveis, porque toda a instalação foi previamente montada nas paredes, no tecto ou no soalho.
A Luz e Som sabe ouvir. E não me refiro apenas aos sistemas de som. Saber ouvir e compreender os desejos do/a cliente – eis o segredo. São eles que compram, mas são sobretudo elas que impõem esta filosofia de “racionalidade” decorativa.
Queres ter um som surround e uma imagem gigante na sala? OK, desde que não ocupe o meu espaço vital, e eu não tenha de andar a tropeçar em cabos, que parecem jibóias, e a confrontar-me diariamente na sala com colunas que assustam as visitas e metem medo aos netos...
É aqui que entram os especialistas da Luz e Som. Trabalham com arquitectos e engenheiros, de preferência na fase de construção da casa, embora não seja uma condição sine qua non, e estabelecem e concretizam os planos para a instalação de um sistema Stealth: existe, funciona por controlo remoto, bem integrado na domótica geral, mas não é “detectável” e não ocupa espaço habitável, e podem até misturar-se com as flores do jardim como as Sonance.
Curiosamente, a loja da Luz e Som, na emblemática Av. 24 de Julho, adaptou-se ao meio ambiente de bares e discotecas, e está instalada num espaço, que podia muito bem ser um restaurante gourmet ou uma discoteca da moda, com interessantes soluções de arquitectura de interior.
O visitante está sempre à espera que lhe apareça uma funcionária simpática com um cocktail colorido e fumegante na bandeja. A nós foi-nos servido Stimela on fire. O leitor tem muito por onde escolher.
Se há loja que se enquadra no ambiente urbano circundante, é a da Luz e Som, na 24 de Julho, em Lisboa. E não é por acaso. Não é só de som e de imagem que se trata aqui. É de luz também. E de projectos de decoração acústica e de arquitectura de interiores – visíveis para os ouvidos e invisíveis para os olhos.