As Rockport Lyra estão em exibição na Ultimate Audio, Lisboa, só mais este fim-de-semana. Não perca a oportunidade de ouvir um sistema de 750 mil euros. JVH foi lá ouvir o que perdeu no HighEnd 2022.
A TAP fez-me perder a oportunidade de ouvir as incríveis colunas Rockport Lyra, no High End Show 2022, em Munique. E ainda não recuperei, nem a perda, nem o dinheiro dos bilhetes, por cancelamento de voo, porque dos 4 mil milhões não sobrou nada para me pagar: continuo à espera do reembolso!
Mas o Dr. Miguel Carvalho, da UAE, prescreveu-me uma lista de ‘medicamentos’ para me ajudar a ultrapassar a síndrome de audiofilia aguda:
- Rockport Lyra
- Boulder 3060
- CH Precision L10
- Wadax Atlantis Reference DAC
- Wadax Atlantis Reference Streamer (estreia mundial)
- Perlisten Subwoofers
Lyra=Lyra
As Lyra que fui ouvir à Ultimate Audio eram exatamente o mesmo par que se exibiu em Munique, na sala da CH Precision.
Portanto, o sintoma de perda desapareceu por completo, até porque o auditório da UAE tem muito melhor acústica que as salas de audição improvisadas (e envidraçadas!) do MOC.
Delyrio acústico
A Lyra é uma coluna ‘delyrante’, no bom sentido. Pesa 250 quilos, custa 250 mil euros e não é um ‘monstro’, como as Stenheim Ultimate: as dimensões são aceitáveis em qualquer ambiente doméstico.
A Lyra é linda, de feições redondas e pele acetinada
É construída em alumínio, como uma matrioska: uma caixa dentro de outra caixa (veja o vídeo em baixo) e é completamente inerte: ao toque de nós dos dedos diz nada, absolutamente nada: zero ressonância e vibração.
O intervalo entre a caixa interior e a caixa exterior é totalmente preenchido com um composto absorvente, que depois de seco torna o conjunto extremamente rígido.
A Rockport chama a esta técnica DAMSTIF. De facto, é Damn Stiff!
Sim, já sei que abusei na escrita dos advérbios de modo, mas esta é a única forma de descrever as Lyra – lyricamente.
Três vias e meia
A Lyra tem uma configuração 3.1/2. As duas unidades de médios em carbono trabalham na mesma gama de frequências abaixo dos 500Hz. À medida que a frequência sobe acima dos 500Hz, uma das unidades começa a cortar enquanto a outra acompanha o tweeter de berílio montado numa guia de onda.
Os graves são reproduzidos por dois woofers de 10 polegadas com cones em sanduíche de carbono e fibra vegetal.
Magnífica demonstração
A Lyra soa sólida, poderosa, rápida, com uma capacidade de ataque espetacular. A claridade, elevada resolução, e ausência de distorção; e a micro e macro dinâmica permitem-nos ouvir dos mais ínfimos detalhes aos transitórios de percussão mais violentos.
O palco sonoro tem uma iluminação uniforme, e é fácil apontar cada um dos intervenientes, cuja posição é estável e diferenciada.
Os tons, timbres e cores são neutros. O grave é tenso e intenso, articulado e bem definido. Podia ter um pouco mais de extensão mas, considerando o volume interno, já seria pedir muito às leis da Física.
Os subwoofers da Perlisten devolveram-lhes a extensão (e expansão) em falta, mas o grave perde definição, como é natural: a transparência da Lyra é de cima abaixo, tudo o que se adiciona nota-se imediatamente.
A rotação de fase dos subwoofers para 180º melhorou a definição à custa de alguma expansão e extensão. Não há muitas colunas desta dimensão com esta capacidade de movimentar ar, mesmo sem subwoofers.
São ainda menos as colunas com esta solidez performativa. É uma coluna bela e atlética, musculada e poderosa – só ao alcance dos… poderosos. Mas não paga nada para a ouvir.
Qualidade e preço superlativo
No conjunto, um sistema de som notável, de qualidade e preço superlativo (total: 750 mil euros!).
Fiz um vídeo que ilustra em certa medida todo este arrazoado. Reproduza-o em 4K e oiça com auscultadores ou ligado a um bom sistema com extensão de graves.
Este sistema vai ser apresentado na loja da UAE no Porto, a partir da próxima semana. Mas ainda há bilhetes para este fim-de-semana em Lisboa. Absolutamente, a não perder. Em Lisboa ou no Porto.