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Saturday Mornings – Imacustica – Lisboa: Robert Koda meets Roger Waters

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Sob a égide das Wilson Audio Sasha V, Roger Waters vai apresentar na Imacustica-Lisboa, este sábado, pelas 11 da manhã, o seu novo álbum Dark Side Of The Moon Redux, com amplificação Robert Koda e comentários de Carlos Saraiva.

A convite de Manuel Dias, visitei de novo a Imacustica para ouvir as Wilson Audio Sasha V. Sobre as Sasha V já publiquei aqui a análise da minha primeira audição. Mas, desta vez, havia um novo polo de atração: ouvir as Sasha V alimentadas por um par de monoblocos Robert Koda Takumi K160.

Não é a primeira vez que os Takumi K160 agraciam o auditório da Imacustica-Lisboa com a sua augusta presença. Já em novembro do ano passado, então acolitados pelo exclusivo prévio Takumi K15EX, desta vez substituído pelo Audio Research 6SE, tinham atuado com grande sucesso com um par de Wilson Audio Alexia V.

Nota: os leitores podem rever a matéria dada aqui e aqui.

Também, na altura, os Pink Floyd estiveram presentes, então com uma matriz analógica de segunda geração de Wish You Were Here, com introdução de Miguel Azevedo.

De Roger a Melanie

Após uma tarde bem passada de audições, na companhia de Pedro Duarte, que conduziu com perícia e bom gosto o front/end integralmente dCS, arrisco afirmar, se a memória auditiva serve de referência válida para qualquer comparação, que os Takumi K160 confirmaram em definitivo o que escrevi recentemente sobre as Sasha V: nunca as Sasha estiveram tão próximas das Alexia.

Esta constatação auditiva não se deveu ao facto de as Sasha V estarem a ser apoiadas por um subwoofer LoKé (que eu, aliás, pedi ao Pedro para desligar) e ainda menos ao Redux, de Roger Waters, de que ouvi apenas uma faixa, pois não sou particular apreciador.

Para mim, há o Dark Side of The Moon, em LP, da Mobile Fidelity, do tempo em que utilizavam exclusivamente matrizes analógicas; e a versão em SACD Surround, comemorativa dos 30 anos, sobre a qual escrevi isto, em 2003.

Infelizmente, sábado não vou poder estar presente, mas estou certo que Carlos Saraiva, que não tenho o prazer de conhecer, alicerçado na excelência do sistema de som, vai ser capaz de converter até os mais relutantes, para quem Redux não é mais que: The Boring Side of The Moon. Se Robert Koda não for capaz de resgatar o Redux de Roger Waters, ninguém será. Este é, pois, um desafio ao qual os leitores não podem faltar! Até porque a polémica é o sal de qualquer manifestação cultural. Parabéns antecipados, Carlos (e Imacustica), pela iniciativa!

Não por acaso, escolhi também um remake para ilustrar este artigo com música: Layla, de Eric Clapton, do álbum The Lady in The Balcony, The Lockdown Sessions (Live). Mesmo através do YouTube, a qualidade do som é evidente, e este é o melhor elogio que se pode fazer à eletrónica Robert Koda. O circuito minimalista e a ausência de realimentação negativa nos Takumi K160 preservam a integridade do sinal. Depois, já não é com ele...

E essa é apenas uma das pedras de toque da obra de Robert Koda: respeito pela integridade do sinal. Claro que a integridade só é possível porque, à partida, estão garantidos todos os requisitos de um grande amplificador: dinâmica, transparência, claridade, pureza de timbre.

Resolução=sedução

Mas há algo no qual o Takumi K160 é incomparável: resolução!

E não me refiro a derramar mais informação sobre aquilo que já é óbvio para o ouvinte; refiro-me à informação que os outros escondem: as deixas ambientais que nos permitem reconstituir o espaço do acontecimento musical, real ou virtual (criado em estúdio).

Só a consciência que o ouvinte tem da presença, localização e ação efetiva dos músicos no palco sonoro lhe permite seguir os diálogos musicais entre eles, sem que nada se perca na tradução.

Importante também é a consciência do espaço físico real ou virtual, no qual os músicos se apresentam e interagem. O termo holográfico está demasiado usado, até porque se entende erradamente como substituto de tridimensional. Não, a holografia é uma técnica computorizada que permite esconder numa imagem, aparentemente abstrata e sem sentido, a verdadeira realidade que se quer mostrar.

Tal como duas pessoas colocadas perante a mesma imagem holográfica veem duas realidades completamente diferentes, há sistemas de som que nunca nos permitem ver com nitidez a verdadeira imagem escondida, porque não fornecem ao cérebro os elementos de que precisa para a produzir de forma coerente e lógica.

Sim, eu sei que um amplificador não é um ‘medium’ para o além, é um equipamento eletrónico, e há formas científicas de os medir. Já medi e vi medir muitos para o poder negar. E também sei que, ao optar por não aplicar realimentação negativa (feedback) no circuito, Robert Koda sabe que isso afeta o desempenho em laboratório. Ainda assim optou pela integridade temporal do sinal. Não é uma questão de coragem, é uma questão de convicção.

With All My Love

Eu dou um exemplo concreto. Uma das faixas que ouvi na Imacustica foi With All my Love, por Melanie de Biasio. Em termos audiófilos, não é uma gravação de excelência: há alguns desvios tonais e a voz de Melanie pode aqui e ali soar até sibilante.

Mas é uma gravação em que o silêncio, o tempo e o espaço têm quase tanta importância como os sons que se ouvem, porque são fundamentais para recriar a imagem escondida que, tal como a imagem holográfica, tem um efeito encantatório sobre a pessoa que a vê/ouve pela primeira vez. Foi o que senti, ao ouvir Melanie Biasio. Senti que fazia parte do acontecimento musical, que era parte integrante e não um mero ouvinte passivo.

Não perca a oportunidade de viver esta experiência na Imacustica, porque ouvir os Robert Koda é uma oportunidade rara (e cara!).

Para mais informações: IMACUSTICA

Fotos do evento

(cortesia Imacustica)

Imacustica -Saturday Mornings - Ricardo Polónia apresenta o sistema; e Carlos Saraiva apresenta o novo álbum Dark Side Of the Moon Redux, de Roger Waters, a um público interessado, composto por audiófilos e melómanos em partes iguais..

Imacustica -Saturday Mornings - Ricardo Polónia apresenta o sistema; e Carlos Saraiva apresenta o novo álbum Dark Side Of the Moon Redux, de Roger Waters, a um público interessado, composto por audiófilos e melómanos em partes iguais..

Imacustica - Lisboa - Auditório cheio para ouvir Roger Waters. Quando da paixão pelo som, nasce o amor pela música.

Imacustica - Lisboa - Auditório cheio para ouvir Roger Waters. Quando da paixão pelo som, nasce o amor pela música.

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Imacustica -Saturday Mornings - Ricardo Polónia apresenta o sistema; e Carlos Saraiva apresenta o novo álbum Dark Side Of the Moon Redux, de Roger Waters, a um público interessado, composto por audiófilos e melómanos em partes iguais..

Imacustica - Lisboa - Auditório cheio para ouvir Roger Waters. Quando da paixão pelo som, nasce o amor pela música.


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