O áudio highend é um mercado de nicho, com ‘nichos’ dentro do ‘nicho’, sendo o das válvulas artesanais o de maior culto em todo o mundo. Por ‘artesanal’, entenda-se, ‘feito à mão’, peça a peça, componente a componente, sem pressas, porque a ideia não é vender muitos, mas sim poucos e bons.
Sempre em busca do ‘som clássico do vácuo’: doce, de extremos arredondados, e aquela gama média que se derrete como manteiga sobre pão quente, e torna as audições musicais um deleite para a alma, numa época em que as válvulas evoluíram tanto ao ponto de soarem como… transístores.
Numa visita anterior, já tinha sido surpreendido pelo som dos Triode. Oriundos do Japão, tal como os Shindo Labs, que são o par ideal para colunas de elevada sensibilidade, sobretudo as ‘cornetas’, como as Avantgarde, que se dão melhor com ‘calor’ que com ‘músculo’.
Assim, as Avantgarde Uno Fino, que tinham actuado no Audioshow 2019, com amplificação Accuphase, estavam aqui a ser acolitadas por Rui Calado e Jorge Gaspar com um par de monoblocos Shindo Corton Charlemagne, prévio Monbrisson e fonte Luxman D-06u (cabos Audience).
O sistema tinha acabado de ser montado e, mesmo a frio – se é que válvulas em Classe A alguma vez podem soar ‘frias’ – já revelava aquela tonalidade dourada que tanto agrada aos audiófilos ortodoxos, sem perda de transparência, e uma velocidade na reprodução de transitórios só possível pela transmissão no vácuo, como é patente no vídeo que reproduzimos em baixo.
À saída ainda passei os ouvidos por um outro sistema em fase de montagem, composto por um par de TAD Micro Evolution, uma versão ainda mais compacta das TAD CE1, também amplificadas com válvulas: Fezz Titania, de origem polaca, já a revelar alguma influência no mercado de um show de Varsóvia em alta na Europa, que reproduzem uma imagem holográfica do palco sonoro, à qual vou ter de voltar brevemente.
Para mais informações: ULTIMATE AUDIO