A Ultimate Audio – Benfica festejou o 9º Aniversário da loja, na presença de amigos e clientes, com o tradicional beberete e audições informais de novidades, algumas ainda pouco conhecidas nos meios audiófilos tradicionais: Kroma Audio, de Espanha, e Aries Cerat, de Chipre, ambas muito activas nos meios ‘Indy’, patrocinados por revistas europeias ‘não-anglo-saxónicas’, como a SixMoons, Positive Feedback e Mono&Stereo, embora publicadas em inglês e com alguma implantação nos EUA.
A festa em video 4K
Da festa, já demos notícia na página Facebook/Hificlube.net, tendo sido publicado o vídeo, que acima se volta a divulgar, para ilustrar a confraternização com imagens e som ambiente.
Nota: E os Dire Straits/Brothers in Arms em fundo, que o You Tube considerou que viola os direitos de autor, apesar do ruído das vozes. Atingiu-se o paroxismo autoral! Somos duas vezes taxados: quando se compra equipamento de registo e quando se utiliza para registar…
Ao contrário dos convivas, que aproveitam para ‘picar’, aqui e ali, um doce ou um salgadinho, com libações várias, eu prefiro deambular pela loja e ‘picar’, aqui e ali, mas nas novidades áudio. E as iguarias eram muitas, como se poder ver no video.
Foi assim que dei de caras no ‘open space’ da loja com a espanhola ‘Mimi’, a monitora da Kroma Audio, vestida de branco com aplicações laterais de raiz de nogueira, sobre seu pedestal alcandorada, e alimentada por electrónica Mishi, um remake da Rotel dos anos 80, agora com especificações do Séc. XXI.
As Kroma são apresentadas em Munique, desde pelo menos 2017, mas eu nunca as tinha ouvido tocar, porque a demonstração decorre no certame paralelo HiFi Deluxe, no Hotel Marriot. Já prometi que este ano vou lá estar, até porque o som foi uma agradável surpresa para mim.
No auditório 2, Rui Calado exibia entusiasmado as Kroma Stella, um modelo de chão, também alimentadas por amplificadores Mishi. E voltei a ouvi-las depois já com Jorge Gaspar aos comandos:
Kroma Audio
As colunas Kroma são produzidas em Granada ‘tierra sonhada por mi’, por três carolas amantes do áudio, e têm uma particularidade deveras curiosa: não utilizam uma única peça de metal, nem sequer os parafusos de aperto dos altifalantes, que são em termoplástico rígido; porque, segundo estudos da Universidade de Granada, a presença de metal introduz colorações no som.
E a madeira também, pelo que as caixas são fabricadas em Krion, um material não-magnético, inerte e ultra rígido, semelhante ao Corian, utilizado, por exemplo, para substituir o granito nos tampos das bancadas de cozinha. Nem os pés são de metal. Aqui não entram spikes!
Já os dois tubos do sistema reflex (de diâmetros diferentes e sintonizados para frequências próximas mas também diferentes) são esculpidos por artesãos locais em dois tipos de madeira: cedro e pinho do Canadá, porque ‘funcionam’ como instrumentos musicais…
As Kroma utilizam altifalantes da Scanspeak e tweeters Hiquphone, originalmente da Scanspeak também.
Exceptuando a fobia aos parafusos, até aqui nada de revolucionário. Há muitas colunas hoje fabricadas em materiais compósitos, como por exemplo as Wilson Audio. E há mais ainda que utilizam unidades Scanspeak.
Mas logo que as ouvi percebi que o segredo só pode estar nos crossovers com componentes Duelund e Mundorf. A mim, soou-me como um filtro muito simples de 1ª ordem. Consta que é algo de uma simplicidade mais complexa.
…tive a sensação de estar a ouvir uma coluna sem crossover e o som resultante é excepcional…
Seja como for, tive a sensação de estar a ouvir uma coluna sem crossover e o som resultante é excepcional: transparente, aberto coeso e integrado, com excelente estrutura harmónica, textura suave e realista e notável resposta transitória. Sobretudo, é de uma naturalidade desarmante.
Aries Cerat
Vem de Chipre, sob o signo do Carneiro (Aries). Não é novidade para os leitores do Hificlube. Já foi referido várias vezes, nas reportagens do HighEnd, de Munique, sobretudo na Galeria Exótica, até porque ficam sempre bem fotografia.
Há no Aries Cerat um certo fundamentalismo audiófilo, eu diria quase fanatismo. Para eles, não há som audiófilo sem válvulas, leia-se, integralmente a válvulas. E não podem ser válvulas corriqueiras do tipo EL34 ou KT120. Têm de ser de aquecimento directo, raras e a funcionar como tríodos. Ponto. Nos monoblocos Aries Cerat 65, vêm montadas válvulas de transmissão RCA 813 DHP.
Concerto no auditório principal
No auditório principal, os Aries Cerat renegaram, em parte, os seus princípios, porque tiveram de colaborar com os amplificadores de Classe D – isentos de válvulas! – que atacam a secção de graves das Avantgarde Duo Mezzo xd. Os casamentos de conveniência têm destas coisas…
Mas os Aries Cerat cumpriram muito bem o seu papel de alimentar as cornetas de médios e agudos, conferindo-lhes uma luminosidade suave isenta de brilho.
Com a sala quase sempre à luz das velas, perdão, das válvulas, ouviu-se de tudo: das fitas analógicas reproduzidas por um Technics/RMD:
…aos LPs tocados por um gira-discos alemão TW Acustics, cujo momento alto foram os extractos da Suite ‘O Quebra-Nozes’, pela Royal Opera House. Que interpretação!...
…e muito streaming via Pink Faun 2.16 Streamer, com passagem pelo DAC Aries Cerat Helené (não, a secção digital não é a válvulas, mas o andar analógico é um SET com a super válvula E280F) e pelo prévio Incito S (com base na mesma válvula do DAC para manter a coerência dos sinais de baixo nível).
O vídeo em baixo pretende ilustrar o som que se ouviu no auditório principal da Ultimate Audio. Primeiro foram registadas as imagens, e só depois se fez o registo áudio a 96/24, que substituiu assim na edição o som original da banda sonora de fraca qualidade registado pela câmara.
Nota: daí que as bobinas do gravador estejam a rodar no vídeo, quando de facto ambas as amostras têm origem em streaming via Pink Faun 2.16.
A verdade da mentira
O melhor registo de longe foi um excerto que captei de Hotel California, do álbum ao vivo Hell Freezes Over, dos Eagles. Mas só o posso reproduzir em privado, pois o You Tube bloqueou o som do vídeo em todo o mundo! Vão assim ficar apenas com Carreras, na belíssima Missa Criola¸e o dueto Carminho/Alboran, em Perdóname. Perdoem-me, pois…
O que se ouve no vídeo é – ressalvada a abissal diferença entre a realidade, já de si electrónica, e a sua reprodução – o som que se ouviu na sala sem qualquer processamento posterior. Aconselha-se a audição com um bom DAC e auscultadores.
Os leitores do Hificlube estão todos convidados a viver a mesma experiência na loja UAE de Benfica. Até para poderem ouvir in loco a verdade da mentira…
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