Hoje, dia 29 de Março, a nova Alexx V vai ser apresentada em todo o mundo simultaneamente. O Hificlube associa-se a esta efeméride, que é mais um marco na evolução do áudio high-end.
Em Setembro de 2016, quando publiquei a análise às Alexx originais, na revista Hi-Fi News, que podem (re)ler aqui, terminei com esta conclusão:
‘The Alexx loudspeaker is a Wilson Audio tour-de-force cocktail, a family recipe exquisitely mixed and shaken, not stirred, by David Wilson’s son, Daryl. The ingredients are heady: pour two thirds of XLF into an X-material shaker, add a drop of the secret WAMM ingredient and a twist of Alexia, infuse with the sugar of Sabrina and garnish with the automotive grade paint colour of choice. Enjoy responsibly.’
Com as novas Alexx V, Daryl Wilson manteve a receita de sucesso, agora também com um twist de XVX.
Daryl, que teve de novo a amabilidade de me enviar pessoalmente a press-release das Alexx V e a humildade de pedir a minha opinião, explicou-me na altura, e transcrevo:
‘XVX são as iniciais de 'eXtreme Virtual eXperience'. 'XVX' é um petroglifo e significa Passado, Presente e Futuro. O poder da música que o transporta intelectualmente para o Passado (primeiro X); que o centra no momento (o V com símbolo da seta que aponta para o Aqui e Agora) e o transporta para potenciais Futuros (o X final).’
Poema Haiku
Eu diria que é quase um poema haiku: a justaposição de duas ideias com um elemento de corte, que é simultaneamente unificador. No haiku, a uma primeira notação espacial e/ou descritiva, sucede uma ação dinâmica.
Estreia nacional no Porto
O V, neste caso, é a seta que simboliza a Alexx V, fruto de uma ação dinâmica. O Aqui e Agora que, desta vez, não acontece em Lisboa, mas no Porto, onde a Imacustica vai ter em exibição (confinada, hélas), um par de Alexx V, para comemorar o seu 35ºAniversário, com uma festa virtual, que se realiza no dia 2 de Abril. Estão todos convidados.
A cidade Invicta já merecia uma estreia europeia na Imacustica. Infelizmente, só lá vou poder estar via Zoom. Assim, lá terei de esperar pelo desconfinamento para as poder ouvir e comparar com as Alexx originais, nem que seja de ouvido, de cuore ou by heart, que se aplica bem aqui em todos os sentidos.
A Wilson Audio tem por regra comercial fazer upgrades dos seus modelos a cada cinco anos. Normalmente, são apenas pequenos ajustes e melhorias, com base nos estudos e desenvolvimentos de modelos de gama superior, sendo a alteração mais radical a opção por novas versões de altifalantes:
Novo tweeter
Além da unidade de médios Alnico Quadramag, criada para as XVX, a Alexx V estreia um novo tweeter CSC (Convergent Synergy Carbon) com uma caixa em carbono fabricada por impressão 3-D.
E o filtro divisor, que utiliza condensadores exclusivos AudioCapX-WA, tem menos componentes no caminho do sinal, melhorando os parâmetros de sensibilidade e impedância.
Alexx vs Alexx V - frente-a-frente
Durante o longo período de lançamento, as novidades vão sendo divulgadas pouco a pouco, até ao ‘disclosure’ final. Claro que já há vídeos publicados no You Tube e excertos da press-release, em tudo o que é site, porque há sempre alguém que não cumpre o pedido de embargo. É como saber que o Ronaldo e o Messi vão ambos para o PSG e ficar calado...
A Imacustica já divulgou, entretanto, oficialmente, o frente-a-frente (em baixo) e as principais diferenças, e foi também o primeiro distribuidor em todo o mundo a mostrar as Alexx V em papel (tradução integral da press release) e ao vivo:
- CSC Tweeter
- Binding Posts atualizados
- Quadramag 7’’ Midrange
- Gantry aberto
- Mais volume no Woofer
- Iluminação Crossbrace
- Acoustic Diodes
X+S+V = Alexx V
A press-release que me foi enviada por Daryl Wilson, e que pode ser lida na integra em inglês, em formato pdf, no final desta notícia, traz todos os pormenores, nomeadamente:
Novos materiais: além dos ‘X e S-Material’, já utilizados nos últimos upgrades, das Alexia, por exemplo (ler aqui teste publicado na Hi-Fi News), as Alexx V utilizam V-Material (uma inspiração mais prosaica e menos poética para o nome das novas Alexx), em pontos-chave para controlo da vibração.
A vibração das abas foi uma das poucas críticas menos positivas que lhes apontei no teste da Hi-Fi News, uma chamada de atenção desnecessária e injusta, segundo Luís Campos, que me deu todo o apoio técnico durante o teste, porque ninguém vai andar à palmadas às colunas, mas que se verifica agora que era pertinente:
‘…Although solid, the wings vibrate if you hit them with the palm of your hand and a faint, undamped metallic resonance occurs…’
Asas de anjo
As abas, ou asas laterais, a estrutura que a Wilson Audio designa por ‘gantry’, são agora mais rígidas e de arquitetura aberta, portanto menos sujeitas a vibração, seguindo as linhas das Wamm e XVX, e torna-as mais leves também à vista, ao mesmo tempo que reduz a pressão de ondas estacionárias.
A estrutura mecânica de alinhamento temporal é agora também muito mais precisa, aproximando-se do nível de precisão das XVX.
Outra das críticas (teria sido mais fácil ignorá-las, pois foi preciso ser picuinhas para as detetar) referia-se à relação do tamanho vs. sensação subjetiva de graves:
‘For such a big girl, the Alexx could sound a tad shy in power and bass extension. When you look at the sheer size of those woofers your expectations rise so high that the ‘lows’ might, perhaps, at first let you down.’
+16% de volume interno
Daryl Wilson tomou nota e, embora a Alexx V utilize os mesmos woofers de 10,5 e 12,5 polegadas, que, ao contrário do que sucede nas Alexia II, cobrem a mesma gama de frequências, a caixa de graves tem agora 16% mais volume interno (idêntico ao das XVX), apesar de ter apenas mais uma polegada em profundidade e altura que a das Alexx.
Não vou poder estar no Porto para as ouvir, mas tudo indica que as Alexx V estão para as Alexx originais, como as Alexia II estão para as Alexia.
O V das Alexx é afinal de ‘Vitória’!
Nas conclusões do teste das Alexia II, que publiquei na revista Hi-Fi News March 2018, escrevi:
‘I am tempted to commit the heresy of declaring Wilson Audio’s Alexia Series 2 a better speaker than its earlier and much costlier Alexx fl oorstander, which I tested basically under the same conditions [HFN Nov ’16]. Of course, there will always remain the important matter of scale. Nevertheless, it at least declares the need for Daryl Wilson to consider an ‘Alexxieva’ in the very near future...’
Passados 3 anos, Daryl Wilson fez-me a vontade: só não acertei no nome, mas andei lá perto: Alexx V – AlexxieVa…
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