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Fui dar uma volta num A12, e descobri que tem um dos melhores amplificadores de auscultadores do mercado; e aceita sinais digitais via HDMI de SACD, Blu-Ray-Audio e DVD-Audio.
Quando pedi a Delfin Yanez um amplificador Advance Paris Classic A12 para testar, ele propôs-me o A10. E compreende-se o porquê: Delfin é um acérrimo defensor do princípio de quanto menos componentes no caminho do sinal, melhor. Mais potência exige a utilização de mais transístores, o que significa mais potencial para desvios de fase e desfasamentos temporais, que podem afetar a nossa perceção do tempo e do ritmo na música.
Assim, não devemos investir em mais potência do que aquela que é necessária. O melhor caminho para resolver problemas complexos é a simplicidade de meios.
O melhor caminho para resolver problemas complexos é a simplicidade de meios.
Além disso, o A12 é mais caro (2.690 €), e também mais pesado (18kg), o que torna a logística da entrega e montagem mais complicada. Acresce que, na secção digital, o A12 utiliza chips Burr Brown PCM 1796, enquanto o A10 (pelo menos o original) utiliza os AK4490, que são considerados muito mais musicais.
Nota: Verifiquei e o A12 é totalmente compatível com 32bit/384kHz e DSD128 (DoP). Também é compatível com ficheiros MQA do Tidal via Roon. Na reprodução, utilizei o protocolo Wasapi e não ASIO.
Por outro lado, eu já tinha ouvido várias vezes o A10, e gostei sempre do resultado sonoro, pelo que isso seria meio caminho andado para uma avaliação mais positiva.
Mas eu insisti no A12, e já vamos ver o porquê desta insistência.
Receita antiga, som delicioso
O segredo da linha Advance Paris Classic reside no amplificador a transístores de Classe A/B. É uma receita ‘à antiga’ sem as modernices da Classe D.
O prévio a válvula e o DAC são argumentos de venda adicionais, assim como os vuímetros e o painel em vidro, mas é com fontes analógicas, isto é, ligado a um leitor-CD, DAC externo, ou gira-discos (andar de Phono configurável), que estes amplificadores mostram que estão numa classe à parte, se considerarmos o seu preço muito acessível, relativamente à potência disponível, sendo capazes de alimentar qualquer coluna difícil.
É certo que utilizam realimentação negativa para garantir estabilidade alta e distorção baixa, desde que o volume seja mantido dentro de parâmetros racionais; e também é certo que o andar de ganho a válvulas funciona mais como tempero de segunda harmónica do que como exemplo da transparência do vácuo.
Se é dos que compram amplificadores a olhar para um teste SINAD, esqueça. Olhe, leve os seus discos e faça o teste auditivo na Delaudio. Aproveite, e leve também o seu amplificador para comparar, pois vai ter uma surpresa.
O prévio a válvula e o DAC são argumentos de venda adicionais, assim como os vuímetros e o painel em vidro
Ou, como Delfin Yanez gosta de os definir: tocam no tempo certo!
No tempo certo
Há qualquer coisa no som dos Advance Paris Classic que soa intrinsecamente correto. É aquilo que, à falta de melhor termo, se designa vulgarmente por ‘musicalidade’. Ou, como Delfin Yanez gosta de os definir: tocam no tempo certo! Ora, é isso que distingue os grandes músicos e maestros. O que os preocupa não é a resposta em frequência, é o domínio do tempo na música, logo, a gestão das pausas entre notas.
Já, quando testei o Playstream A5, escrevi:
“Se um componente áudio, independentemente do preço ou da fama que o precede, tem a capacidade para me fazer companhia agradável durante um período mais ou menos longo de tempo - ou enquanto escrevo, por exemplo, que é a melhor prova de que não me incomoda - sem que eu tenha o desejo de o desligar de imediato, qualifica-se para uma audição crítica, caso contrário volta para o sítio de onde veio.”
Et pour cause, o A12 ficou cá em casa mais tempo do que estava previsto. É verdade que, pelas razões já expostas, o ouvi sobretudo como amplificador, ligado a um par de Quad Revela 1, tendo como fonte o excelente Eversolo DMP-A8.
O A12 Classic oferece recetores Bluetooth, como opção, para o poder emparelhar com o seu telemóvel.
O A12 não é um hub digital, pois, embora ofereça 11 entradas digitais, não tem a função de streamer, embora possa ser ligado a um PC via USB-B. E, claro, noblesse oblige, vem com um recetor Bluetooth, como opção, para o poder emparelhar com o seu telemóvel.
Porquê o A12?
Mas, então, o que me levou a escolher o A12 em vez do A10? Talvez o facto de ter uma configuração duplo-mono? As entradas e saídas balanceadas? A potência de 180W? Sim, tudo isso conta, mas sobretudo foi:
- a entrada HDMI Audio;
- e o duplo circuito de amplificação para auscultadores com impedância de saída zero.
Não é fácil encontrar um amplificador/DAC (muito menos a este nível de preço) com uma entrada HDMI. Não me refiro à entrada HDMI ARC para o ligar a um televisor, agora tão na moda. Mas à entrada HDMI audio que me permite ligar o meu velho leitor-Universal Oppo diretamente ao amplificador, mantendo o sinal dos SACD, Blu-Ray-Audio e DVD-Audio sob formato digital.
O A12 Classic oferece uma entrada HDMI audio e um comutador de impedância para auscultadores de 0-100 ohms.
Por outro lado, também não me ocorre nenhum outro amplificador de auscultadores com impedância de saída zero, ou próximo disso, como o A12, que, além de ter um circuito independente para cada saída, oferece um comutador de impedância entre 0-100 ohms.
E uma impedância zero é importante porquê?
Para funcionar bem, isto é, sem desvios audíveis de frequência, a impedância de saída de um amplificador não deve ser igual à impedância dos auscultadores, como se pensa. A regra é que seja oito vezes inferior. Mas o ideal é que seja zero, pois é a única garantia de que funciona bem com todo o tipo de auscultadores.
Leve os seus auscultadores à Delaudio, ligue-os a um A12, experimente com a impedância de 100 ohm e depois com o comutador em 0 ohm, e vai logo perceber a diferença.
Era só isto que eu lhe queria dizer. Que, por vezes, se encontram soluções simples para problemas complexos onde menos se espera.
C’est si bon
De se dire des mots doux
Des petits riens du tout
Mais qui en disent long
Para mais informações e marcações: DELAUDIO
Características de fábrica:
- Tipo: amplificador estéreo/DAC integrado híbrido dual-mono
- Potência de saída: 190 W por canal em 8 ohms, 280 W por canal em 4 ohms
- Pré-amplificação: 2 válvulas 12AT7 do tipo dupla triodo Amplificação de potência: montagem em triplo push-pull de transistores bipolares
- Entradas digitais: 1 entrada HDMI, 1 HDMI ARC, 3 entradas ópticas Toslink, 3 entradas S/PDIF RCA, 1 USB-B, 1 USB-A (leitura de pen drives USB), 1 entrada AES/EBU em XLR, 1 entrada para módulo sem fio Bluetooth (Advance X-FTB01 ou X-FTB02)
- Entradas analógicas: 2 entradas balanceadas em duplo XLR 3 pinos, 5 entradas de linha RCA, 1 entrada phono RCA compatível com MM e MC (ajuste da indutância e impedância de entrada, bem como o ganho), 1 entrada RCA pré-amplificada
- Saídas analógicas: 1 saída pré-amplificada balanceada em duplo XLR, 1 saída pré-amplificada em RCA, 1 saída Rec Out, 2 saídas RCA de baixo nível para subwoofer (com ajuste da frequência de corte), 1 saída para auscultadores jack 6,35 mm e 1 saída para auscultadores 2 pares de terminais estéreo (A e B).
- Configuração em A, B e A + B
- Resposta de frequência: 10 Hz – 50 kHz
- Consumo máximo: 600 W Dimensões: 43 x 19,5 x 45,5 cm Peso: 18 kg
- Preço: 2 690 euros