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Chord Mojo 2 - a música das esferas

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Sete anos depois, o Mojo 2 substitui o fiel Headamp/DAC Mojo e vem com um extra: um sofisticado controlo de tonalidade, mantendo o preço, considerada a inflação: €599.

  • The man that hath no music in himself,
    Nor is not moved with concord of sweet sounds,
    Is fit for treasons, stratagems and spoils;
    …  
    Let no such man be trusted.

    (Merchant Of Venice 5.1.89-94)

Para muitos, ‘Music Of The Spheres’ é uma canção dos Coldplay. Mas, no período renascentista, acreditava-se então que a ordem ideal entre o céu e a terra se alcançava com escalas harmónicas através das esferas celestes. Chamavam-lhe ‘A Música das Esferas’.

O Chord Mojo 2 acrescenta uma quarta esfera de controlo para navegar num menu que inclui Mute, Crossfeed, bloqueio de botões quando em viagem, nível de bateria e estado de carga.

Novidade absoluta são os controlos de tonalidade que funcionam através de um inovador circuito UHD/DSP de 104 bits, sem qualquer degradação na qualidade do som, de acordo com a Chord.

O Mojo 2 não é para daltónicos

As esferas de controlo de tonalidade também vão ajudá-lo a chegar ao céu musical através de escalas harmónicas, afinando os graves inferiores, médio-graves, agudos-médios e agudos superiores em passos de 1dB (+9dB/-9dB).

Parece mais complicado do que realmente é. Mas esqueçam se forem daltónicos.

O botão de menu ilumina-se a vermelho para indicar que o controlo de tons graves (20Hz) está ativo; amarelo para médio-graves (125Hz); verde para agudos-médios (3kHz); e azul claro para o extremo agudo (20kHz). Depois, basta primir a gosto os botões centrais de +/- um dB de cada vez, e vai ouvindo as diferenças.

Sete anos serviu Mojo

Tal como Jacob trabalhou para Latão, segundo a Bíblia, o Mojo serviu-me fielmente durante sete anos, exceto a bateria, que começou a falhar. E quando pensei que era um casamento para sempre, eis que o Mojo 2 apareceu à minha porta.

Eu sempre gostei do Mojo pela sua simplicidade e som limpo. Mas a quarta esfera do Mojo 2 faz agora toda a diferença, pois posso afinar o som para se adaptar aos meus auscultadores preferidos.

Bateria para oito horas

Um novo sistema de carregamento baseado numa FPGA gere a bateria do Mojo 2. A capacidade é quase a mesma (+9%), mas agora dura oito horas. Claro que nunca consegui passar de 6 horas reproduzindo ficheiros de alta-resolução, mas mesmo assim, é uma melhoria em relação ao Mojo original.

De qualquer modo, penso que o Mojo 2 soa igualmente bem utilizado como desktop a funcionar sem bateria, apenas ligado à corrente (não vem carregador de 5V incluído), beneficiando assim do novo design da PSU.

Aliás, pode até mantê-lo ligado permanentemente. Para o máximo desempenho, no entanto, utilize o modo de bateria. Por melhor que a PSU seja, há sempre algum ruído induzido pela rede, mesmo que não seja audível. Eu não consigo ouvir diferença entre ambos os modos.

O Mojo 2 tem uma entrada extra: USB-C (até 768kHz/32-bit e DSD256)

O Mojo 2 tem uma entrada extra: USB-C (até 768kHz/32-bit e DSD256)

Compatível com USB-C

O Mojo 2 tem uma entrada extra: USB-C (até 768kHz/32-bit e DSD256), que se tornou recentemente o padrão europeu e é compatível com a maioria dos smartphones. Está colocada por baixo das entradas coaxiais, óticas, e Micro USB padrão: uma para carregamento; outra para sinal musical, como antes.

Do Mojo 1, manteve também as duas entradas para minijack de 3,5 mm que funcionam simultaneamente, incluindo o controlo de volume que é comum aos dois (não tem regulação independente).

Novo filtro WTA

Para o Mojo 2, Robert Watts criou um filtro WTA (Watts Transient Aligned) com 40.960 coeficientes de sobreamostragem, enquanto que o Mojo original tinha apenas 38.000. O filtro de ruído também foi melhorado, tal como a 4ª versão do DAC Pulse Array. Além disso, os condensadores de acoplamento foram todos eliminados (acoplamento DC).

O Mojo 2 garante assim melhor transparência e capacidade de recuperação de detalhe com menos distorção. O DAC também é capaz (comprovadamente) de reproduzir ficheiros de 32 bits e DSD 256 de 768kHz.

O Mojo 2 manteve as duas entradas para minijack de 3,5 mm

O Mojo 2 manteve as duas entradas para minijack de 3,5 mm

Mini Headamp/DAC

Testei o Mojo 2 ligado através de Micro-USB ao meu portátil com Roon/Tidal e JRiver para ficheiros de alta resolução (WASAPI). Utilizei um par de auscultadores Pryma, um par de Hifiman HE1000 e uns intra-auriculares Martin Logan Mikros 70. Liguei a saída dos auscultadores a um par de altifalantes ativos Focal usando um cabo mini-jack/2xRCA para uma experiência sonora diferente.

No entanto, a entrada USB-C é a grande novidade aqui, pois devolveu-me a entrada de auscultadores que o meu Samsung S22 Ultra não tem. Agora posso usar os meus melhores auscultadores, e não apenas os compatíveis com Bluetooth de pior qualidade, enquanto utilizo o meu telemóvel como fonte de música.

Mojo 2 - cada cor seu paladar sónico

Mojo 2 - cada cor seu paladar sónico

Arco-íris de sons

Não se deixe enganar pelo tamanho - o Mojo 2 pode até tornar-se uma arma de destruição em massa. Se não tiver cuidado, a ‘música das esferas’, pode dar cabo dos seus auscultadores, dos ouvidos, ou de ambos.

Ao contrário dos semáforos, o vermelho é um bom ponto de partida para correr todo o código de cores de volume: do infravermelho até ao ultravioleta (branco). Uma vez configurado o volume, o Mojo 2 assume a última seleção por defeito: verde é uma aposta geralmente segura.

Com ultravioleta (4,3V), quem vai ficar roxo é você, especialmente se estiver a usar IEMs! Portanto, guarde a cor para auscultadores de baixa sensibilidade como o Hifiman HE1000, que o Mojo 2 puxa até níveis mais do que adequados (com ganho em high/luz branca).

Claro que para darem o melhor de si mesmos, os auscultadores planares exigem corrente mais do que apenas tensão. Mas com a igualização disfarça bem a limitação.

Os auscultadores dinâmicos produzem os melhores resultados com a cor Indigo ou abaixo dela (nível padrão: 2,1V). 

Mojo 2 soa bem à saída da caixa

O Mojo 2 afinado de fábrica soa neutro e limpo como o Mojo 1, mas com mais carne tonal a envolver a estrutura harmónica. É também mais dinâmico e com melhores texturas tímbricas. Soa sempre composto e no controlo do processo musical: vivo mas descontraído; neutro mas harmonicamente rico. Um som típico de um desenho de baixo jitter.

O Mojo 1 talvez seja mais redondo e mais fácil de ouvir, isto porque a recuperação de detalhe e a transparência do Mojo 2 são muito superiores.

Efeito Crossfeed

Poderia viver com o Mojo 2 sem a função de igualizador DSP da mesma forma que dispensei no início o efeito Crossfeed (efeito de espacialidade): vermelho (mínimo); verde (moderado); azul (máximo). Até que experimentei. Uau!

Com o Crossfeed ativado, o som abre como uma flor, e ouvir com auscultadores torna-se de repente menos claustrofóbico. Mas se gostar do seu som puro e cru, mantenha-o desligado, a menos que ouça com IEM, pois ajuda a dar-lhes corpo e espacialidade.

A esfera de Menu é a porta de acesso a um novo mundo no Mojo 2

A esfera de Menu é a porta de acesso a um novo mundo no Mojo 2

Fantástica igualização

Quando se apanha o jeito, premindo os botões certos, o efeito de Igualização-DSP é espantoso, particularmente quando se utiliza um par de auscultadores complicados como os Hifiman HE1000.

A resposta tonal algo esquálida do HE1000 beneficia muito de +5dB nos graves profundos, +2dB nos médios-graves, -2dB nos médio-agudos (presença) e -5dB no extremo agudo.

Ligado ao Mojo 2

Quando se experimenta, não há como voltar ao velho Mojo. O problema é que ficamos obcecados por experimentar diferentes configurações.

Acabei por ficar com ‘afinações’ para ouvir de manhã e outras à noite. Infelizmente, não há nenhum mostrador, por isso, mantenha-se atento à cor das esferas centrais e consulte a tabela para se lembrar de qual é o ajuste em dB. Depois é só seguir o que os seus ouvidos lhe dizem.

Sem seletor de filtros

O Mojo 2 não oferece uma escolha de filtros digitais. Em vez disso, Robert Watts escolheu um para si. E fez muito bem – quem melhor do que ele poderia fazê-lo?.

Tal como acontece com outras criações de Robert Watts, a entrada ótica soa ainda melhor do que a entrada coaxial e ao mesmo nível da entrada USB: mais impacto, mais corpo e mais e melhor grave; as notas morrem mais lentamente e o palco sonoro tem mais informação. 

Porquê? Não sei. Poderá ser a ficha S/PDIF de 3,5 mm coaxial dupla (para uso com Hugo M-Scaler). Não acredito que alguém vá comprar um M-Scaler para usar com um Mojo 2. Mas nunca se sabe. E também pode ligá-lo ao Poly. 

O Mojo 2 não é um ‘Dongle’

Por favor não confunda o Mojo 2 com mais um ‘dongle’ USB apesar do seu modesto tamanho. Vivo com ele há quase dois meses, e pretendo mantê-lo para uso diário como DAC desktop residente, substituindo o Hugo 2. Pronto, já o disse. Mas é melhor que o Hugo 2? Não, claro, é diferente – e tem um igualizador, que pode utilizar, ou não...

É o quanto eu gosto dele. E ainda posso levá-lo no bolso, se necessário - tanto como dispositivo musical como arma de defesa e de arremesso.

Rob, voltaste a fazer história! Parabéns, meu caro amigo.

 

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Grupo JLM

 

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O Mojo 2 tem uma entrada extra: USB-C (até 768kHz/32-bit e DSD256)

O Mojo 2 manteve as duas entradas para minijack de 3,5 mm

Mojo 2 - cada cor seu paladar sónico

A esfera de Menu é a porta de acesso a um novo mundo no Mojo 2


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