A loja da OnOff, em Lisboa, tem sido o palco privilegiado das apresentações das colunas dinamarquesas DALI: foi assim com as KORE, as EPICON e agora a nova gama EPIKORE.
Audição das KORE na ONOFF - Lisboa
Desta vez, a equipa do Hificlube foi à ONOFF ouvir as EPIKORE 7 e levou de novo material de captação de som e imagem. O registo em vídeo (ver no final) com som ‘direto’ não tem comparação com o que ouvimos ao vivo, mas é uma pequena amostra do que os leitores podem também ouvir in loco.
Apresentação da série EPIKORE
A gama EPIKORE é o resultado de mais de quarenta anos de experiência, tradição e inovação da DALI, agora reunidas em objetos de desejo acústico e estético que têm tanto de escultural como de musical.
Herança KORE, espírito EPICON
As EPIKORE nasceram do cruzamento das gamas EPICON e KORE (ver vídeo), das quais herdaram a tecnologia e o ADN. São o elo de ligação entre o sonho impossível do topo-de-gama KORE e uma realidade mais acessível e domesticamente aceitável — ainda que não seja uma realidade para todos, pois o preço continua muito elevado: EPIKORE 3 (9 998 €), EPIKORE 7 (19 988 €), EPIKORE 11 (43 998 €).
As curvas da caixa e os acabamentos luxuosos, em folheado de madeira verdadeira, revelam logo ao primeiro olhar que as EPIKORE não se limitam a reproduzir música: também fazem sentir a sua presença elegante no espaço da sala.
EPIKORE 7: 3½-vias com 4 altifalantes
A EPIKORE 7, que ouvimos na OnOff é uma coluna de 3½-vias equipada com:
- Dois woofers/médios de 7 polegadas, com cones Clarity Cone™ e a tecnologia SMC Gen-2, que reduzem a distorção. Nota: os woofers funcionam em espetros de frequência diferentes (ver frequências de corte nas especificações)
- O exclusivo módulo EVO-K™ Hybrid Tweeter +e composto por tweeter de cúpula macia de 35 mm complementado por um elemento AMT para o extremo agudo.
- Filtro divisor de frequências construído com componentes de referência, incluindo bobinas com núcleo SMC-KORE™.
- Pórticos bass-reflex traseiros (um por woofer) cuidadosamente moldados para assegurar um grave profundo, sem sopros nem colorações artificiais.
Especificações que falam por si
- Resposta em frequência: 35 Hz – 34 kHz (±3 dB)
- Sensibilidade: 88 dB (2,83 V/1 m)
- Impedância nominal: 6 Ω
- SPL máximo: 110 dB
- Frequências de corte: 800 Hz / 2 500 Hz / 12 500 Hz
- Potência recomendada do amplificador: 40 – 400 W
- Dimensões (A x L x P): aprox. 112 × 38 × 42 cm
- Peso: 40,5 kg cada
- Preço: 19 998 € (par)
A experiência auditiva
Os graves descem com incrível profundidade e controlo, os médios respiram com naturalidade e presença; e os agudos — um território minado para muitas colunas de som — brilham com subtileza e extensão, embora sem piedade para gravações menos cuidadas: não perdoam falhas de produção, mas também não as dramatizam, limitam-se a expor a verdade musical, com rigor dinamarquês e emoção em dose certa. A imagem estéreo é ampla, sólida, com uma coerência que nos transporta diretamente para o palco.
Com Pedro Henriques aos comandos do iPAD, ouviu-se música variada e nada mainstream, com o seguinte equipamento associado:
Moon North 781 Network Player/Preamplifier
Moon North 781 Power Amplifier
PowerGrip Conditioner (Regenerador de Corrente de Setor)
A Playlist de Pedro Henriques
‘Deeper Dark’ – Pip Millet
A voz surge com proximidade e textura palpável; excelente equilíbrio entre intimidade vocal e o corpo instrumental minimalista: guitarra semi-acústica dedilhada em tons graves. Coros etéreos e breves.
‘Sad Girls’ – Pip Millet
Produção algo comprimida, nada audiófila. Não se compara com o álbum anterior. Mas as EPIKORE 7 expõem as camadas da mistura sem piedade: guitarra, coros, bateria e a respiração da cantora são bem audíveis sobre o groove rítmico, revelando alguma ênfase nos registos médio-altos: as EPIKORE 7 não embelezam, denunciam.
‘Where the Time Went’ – Ex:Re
Ambiente etéreo, guitarras em filigrana. As EPIKORE 7 dão ar às texturas e sustentam a melancolia da voz com um palco sonoro largo, quase cinematográfico.
‘Colocao’ (Tiny Desk) – Nicky Nico
Registo ao vivo, cheio de energia. Aqui brilha a capacidade dinâmica: percussões rápidas, vozes quentes, público presente, que se pressente sem se ver. As EPIKORE 7 transmitem a atmosfera íntima sem apagar o caráter cru da gravação.
‘Dilemme’ – Lous and The Yakuza
Graves electrónicos profundos e vozes (solista e coros) cristalinas. Notável detalhe nons sons de percussão. As EPIKORE 7 controlam o impacto sem saturar, mantendo o centro da voz limpo e focado. Excelente teste de articulação rítmica.
‘Nola’ – José James
Jazz moderno com alma. A voz de James ganha corpo e presença acompanhada de ligeira sibilância; o piano soa limpo, o contrabaixo é sólido e bem esculpido; a tarola da bateria tem a pele bem esticada e o ‘hi-hat’ cria ritmos e dinâmicas variadas. Aqui, as EPIKORE 7 mostraram a sua faceta mais musical e envolvente.
Nota: esta foi a faixa que selecionamos para ilustrar o som ‘ao vivo’ no auditório da OnOff, em Lisboa, gravada diretamente das EPIKORE 7 (vídeo em baixo). Mas leve os seus discos para a audição.
Conclusão
As DALI EPIKORE 7 representam uma fusão perfeita entre a ciência acústica e a arte da reprodução musical. São colunas que não se limitam a reproduzir som: partilham a música. E não ocupam somente espaço na sua sala — transformam esse espaço num processo decorativo ativo.
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C/ Electrodo 60
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