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Os novos Meze Poet são a mais recente oferta da Meze Audio, uma empresa romena conhecida pelos seus auscultadores de alta qualidade.

Lançados em 2025, estes auscultadores de tipo aberto com tecnologia planar-magnética foram desenhados para oferecer uma qualidade de som excecional, num formato mais compacto e acessível, em comparação com os modelos topo de gama da Meze, como os Empyrean II e Elite. Com um preço de €2.000, os Poet posicionam-se como uma opção relativamente mais acessível no mercado audiófilo dos planar-magnéticos.

Características e especificações

• Os Poet utilizam uma unidade ativa Rinaro MZ6 Isodynamic Hybrid Array, desenvolvida exclusivamente para a Meze Audio pela Rinaro Isodynamics, uma empresa ucraniana com mais de 30 anos de experiência em tecnologia planar-magnética. A  nova unidade ativa é um casamento feliz do MZ4 (dos Liric II) com o MZ3SE (dos Elite), aqui adaptado para um formato mais compacto. Dispõe de um diafragma Rinaro Parus ultraleve (com apenas 0,06 gramas) e uma matriz magnética híbrida, oferecendo baixa distorção (<0,05% THD) e áudio de alta resolução de 4 Hz a 96 kHz.
• As cápsulas são em magnésio, a grelha de proteção é de aço com acabamento em tom de cobre; a ponte da banda de cabeça é numa liga de titânio, sendo o suporte em couro natural. Esta combinação garante leveza (350 gramas sem almofadas, 410-412 gramas com elas) e conforto para longas sessões de audição. Os Poet incluem ainda um sistema magnético de almofadas auriculares, inspirado na 2ª geração dos Liric, facilitando a substituição e a manutenção.
• Os Poet vêm equipados com um cabo de cobre entrançado à mão de alta qualidade e beleza, terminado com uma ficha de 6,35 mm (1/4 polegada), embora os utilizadores possam trocá-lo por outros cabos da Meze (por exemplo, opções balanceadas) para maior flexibilidade.
• Os Poet incorporam o sistema AMTS de afinação acústica, patenteado pela Dan Clark Audio, que reduz a fadiga auditiva do excesso de altas frequências sem perda de clareza.

Os Poet vêm equipados com um cabo de cobre entrançado à mão de alta qualidade e beleza, terminado com uma ficha de 6,35 mm (1/4 polegada), embora os utilizadores possam trocá-lo por outros cabos da Meze (por exemplo, opções balanceadas) para maior flexibilidade.

Construção e Conforto

A Meze jogou com o ADN da família: há traços dos Liric na silhueta compacta e dos Elite no requinte da grelha. Mas os Poet têm personalidade própria. E que personalidade! Tudo aqui é desmontável e substituível — uma ode à reparabilidade num mundo descartável. As almofadas magnéticas, herança dos Liric de segunda geração, mudam-se num piscar de olhos.

Dos Empyrean/Elite herdaram o padrão de filigrana e a cor de cobre das grelhas. No tamanho, são como os Liric II, mantendo as conchas ovoides mais pequenas, assim como a estrutura de magnésio e as hastes de ajuste da faixa de cabeça em alumínio revestido a cobre, com boa distribuição da força de aperto. As almofadas são macias e substituíveis, sendo ideais para longas audições.

A Meze Audio quis assim criar uns auscultadores que trouxessem o desempenho planar-magnético de nível topo de gama para um formato mais pequeno e prático, servindo de ponte entre os Liric (fechados e portáteis) e os modelos abertos de gama superior como os Elite. Com uma impedância de 55Ω e sensibilidade de 101 dB, são relativamente fáceis de amplificar tanto por DACs e amplificadores de mesa como por DAC/amps portáteis.

Nota: Ouvi os Poet com os Amp/DAC iFI Diablo 2 e Chord Hugo 2, o amplificador analógico Austrian Full Score e o DAC portátil iFI GO Kensei.

Quando os retirei do estojo de transporte, percebi logo que a Meze Audio não poupou nem na qualidade de construção, nem no ‘design’. Os Poet são uns Elite mais pequenos e leves, como os Liric II, com a vantagem acústica de serem abertos, para quem gosta ou precisa de os ter montados na cabeça durante muito tempo em casa, enquanto os Liric II, sendo fechados, são mais indicados para audição privada doméstica ou ambulante no exterior.

O som é também ele feminino: suave, macio, evitando educadamente os graves bombásticos ou agudos impertinentes, com um palco sonoro intimista e envolvente.

Tudo nos Poet é feminino: a beleza, o tamanho, o peso, a durabilidade e… a reparabilidade!

Temperamento feminino

Quando os coloquei na cabeça, senti logo que eram mais leves que os topos de gama que me habituei a ouvir. Mas o diâmetro das almofadas está no limite de acomodação para as minhas orelhas, que até nem são de formato grande. Assim, vai haver quem fique com as almofadas a pisar as orelhas, o que pode afetar audivelmente a qualidade da reprodução. Eu diria que os Poet foram concebidos para as orelhinhas delicadas das mulheres. Tudo nos Poet é feminino: a beleza, o tamanho, o peso, a durabilidade e… a reparabilidade!

E sim, o som é também ele feminino: suave, macio, evitando educadamente os graves bombásticos ou agudos impertinentes, com um palco sonoro intimista e envolvente. Não por acaso, as mulheres vão reconhecer-se na forma correta como os Poet reproduzem as vozes femininas, e os homens vão adorar porque lhes soam sensuais, quase provocadoras. 

Contudo, a primeira impressão é de suavidade — não confundam com fraqueza: eu diria que é mais uma questão de intimidade, como a que sentimos num concerto de música de câmara, onde há uma maior proximidade com os intérpretes. Os graves têm peso e textura, mas não se impõem como roqueiros brutos com tatuagens no corpo: são educados, articulados, quase narrativos na definição. Os médios são cheios, orgânicos, com vozes bem timbradas. Os agudos são subtis na sua atuação e nunca trespassam a linha da agressividade.

Mas, se prefere uma igualização personalizada, e não estando ainda disponível no Roon a EQ automática para os Poet, aqui vai uma proposta, que pode alterar a gosto no igualizador paramétrico do Roon.

Roon Parametric EQ - Sugestão de JVH

São auscultadores para quem quer ouvir música, não apenas analisá-la.

Os Meze Poet são do tipo aberto, pelo que o seu cão também vai ouvir e gostar da sua música.

Conclusão

Os Meze Poet combinam tecnologia planar-magnética avançada, excelente construção e uma assinatura sonora refinada num formato compacto e facilmente reparável. São assim uma boa opção para audiófilos que buscam áudio highend sem o tamanho, o peso e os custos associados aos modelos de topo da Meze.

Por 2.000 euros, os Meze Poet não são baratos, mas também não pretendem ser. Competem num campeonato onde Audeze, HiFiMAN e Dan Clark Audio se defrontam, e saem-se com classe e dignidade. Não têm o impacto visceral de um LCD-5 nem a imensidão espacial de um Susvara, mas oferecem algo que poucos conseguem: um equilíbrio entre técnica, emoção e qualidade. São auscultadores para quem quer ouvir música, não apenas analisá-la.

Os Poet utilizam uma unidade ativa Rinaro MZ6 Isodynamic Hybrid Array, desenvolvida exclusivamente para a Meze Audio pela Rinaro Isodynamics.

Perdidamente apaixonado

Fechei a minha longa sessão auditiva com ‘Perdidamente’, do álbum ‘Terra Firme’, dos Trovante (que acabei por ouvir na integra, que saudades!). A canção baseia-se no poema ‘Ser Poeta’, de Florbela Espanca e termina assim:

(Ser poeta) é amar-te, assim, perdidamente...

É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

Durante o período de testes, ouvi esta canção com os Meze Poet dezenas de vezes: perdidamente apaixonado! Por isso, quis dizê-lo escrevendo a toda a gente!

Para mais informações: Grupo JLM/Topaudio