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Nota: Pode ouvir a análise falada em português no final do artigo, ou clique aqui.
A Platinum 300 G3 é a atual topo-de-gama da Monitor Audio, agora que as fabulosas 500 G2 vão deixar de ser fabricadas, com grande pena de Delfin Yanez, que vendeu 16 pares e ficou com um par para ele, que não vende a ninguém.
A verdade é que para a maior parte dos consumidores (e respetivas consortes…), as 300 G3 já são grandes quanto basta, com o seu metro e treze de altura e 53 quilos de peso!
E grande também é o som que produzem, como tive oportunidade de comprovar, na audição que realizei no estúdio da Delaudio, na companhia de Delfin Yanez, uma experiência que o leitor também pode fazer sem custos.
Rápida, dinâmica e transparente
A nova Platinum 300 G3 é rápida, muito dinâmica e extremamente clara e transparente, com um nível de informação pouco habitual dentro da sua categoria, mesmo considerando que custam cerca de 14 mil euros.
… dinâmica, extremamente clara e transparente…
Os cabos são todos iguais?
Nas imagens vão ver sempre o mesmo par de cabos, mas as gravações de áudio foram feitas separadamente, embora sempre com o mesmo volume. As diferenças ouvem-se mesmo no YouTube, porque o elevado nível de resolução das PL 300 3G, assim o permite. Se gosta mais de uns ou de outros, isso já depende do seu gosto pessoal. Claro que a audição ‘ao vivo’ é imprescindível, quanto mais não seja para chegar à conclusão que não há cabos mais iguais que outros.
De pele brilhante e macia
As PL 300 G3 não são colunas apenas para ser apreciadas de ouvido, são agradáveis ao olhar e ao tato: os acabamentos são de um luxo asiático, com incrustações de madeira e 16 camadas de verniz polido com esmero e paciência chinesa.
…acabamentos são de um luxo asiático…
As 300 apresentaram-se lacadas em ‘Piano black’, mas também vi lá em exposição estática um par de PL 200 G3 em ‘Piano Ebony’, lindas de morrer!
As PL 300 G3 são de 3-vias com quatro altifalantes: o ‘tweeter’-de-fita é um MPD (Micro Pleated Diaphragm) de 3.ª geração, concebido para as ‘Concept 50’ apresentadas no High End 2022; dois altifalantes de graves de 203 mm, montados num painel semi-curvo com aros protuberantes a la B&W; e um altifalante de médios de 102 mm.
Todas as unidades dinâmicas utilizam nos cones a tecnologia RDT (Rigid Diaphragm Technology), que consiste numa estrutura de Nomex em favo-de-abelha, prensada entre uma camada frontal de alumínio com banho cerâmico; e outra camada de fibras de carbono para garantir leveza e rigidez física e ausência de coloração acústica, associada a excelente resposta a transientes.
As PL 300 G3 são do tipo reflex, e por isso devem ser colocadas bem afastadas das paredes para evitar problemas de mau acoplamento acústico com a sala. Do mesmo modo, sugiro que sejam ouvidas a uma distância suficiente para permitir a boa integração espacial de todas as unidades.
‘Voicing’ sem compromisso
De uma maneira geral, o equilíbrio tonal parece resultar mais de uma afinação em ambiente anecoico, visando uma resposta o mais plana possível, sem compromissos de gosto pessoal ou modas. Durante a audição, notei que o ‘tweeter’ ainda estava em fase de ‘queima’, e talvez por isso revelou alguma ‘alegria’ excessiva própria da sua ‘juventude’.
… graves poderosos e extensos…
Os graves das PL 300 G3 são poderosos e extensos, pelo que a colocação na sala deve ser criteriosa para evitar excitar certos modos de baixa frequência em auditórios poucos tratados e com muito vidro, como o da Delaudio, talvez mais adequado para modelos como as excelentes .
Tapar a saída reflex com espuma, como sugerido pela própria MA até para colunas monitoras como as Silver 100 7G, pode ser uma solução de recurso, à custa de alguma extensão.
… as PL 300 G3 são exímias na reprodução dos detalhes micro dinâmicos das guitarras e da voz humana…
Espaço para respirar
Mas dê-lhes ‘espaço para respirar’ e uma sala comum com tapetes, cortinados e móveis, e vai poder apreciar as Platinum 300 G3 em toda a sua glória, assim o amplificador lhes faça justiça.
As PL 300 G3 são exímias na reprodução dos detalhes micro dinâmicos das guitarras e da voz humana, talvez por isso Delfin Yanez tenha optado por temas simples com base em vozes masculinas e femininas acompanhadas por guitarras acústicas e elétricas.
Ouviram-se assim os ‘Blues’ de Taj Mahal, o ‘Country/Blues’ de Hans Theessink e o ‘Country/Soul’ de Sophie Zelmani, do álbum ‘All About You’. Para o vídeo optei por registar ‘St. James Infirmary’, pelos Stimulators, por ter um acompanhamento mais complexo. Espero que gostem.