A LUZ e SOM é uma empresa pluridisciplinar. Como o nome indica, trata do som, mas também da luz, literalmente, porque utiliza a luz, leia-se, a electricidade, para tornar a sua casa inteligente. Da sonorização à iluminação; da segurança à domótica e à automatização. Um dia, quem sabe, também a robotização e seremos atendidos por um simpático andróide.
Por enquanto, a recepção não podia ser mais humana: fui fraternalmente recebido pelo Francisco Monteiro, o Pedro Couto e o José Alberto Silva, que me ofereceu o livro comemorativo dos 80 anos da Bang&Olufsen.
Simpatia, conversa agradável, café-e-pastéis-de-nata. How more human can you get than that?...
E uma janela com vista para um pôr-de-sol sobre a Foz encomendado a Deus e 'retocado' por mim, porque nenhuma máquina lhe podia fazer justiça.
Nas instalações da Luz e Som, assisti ainda a aparições de televisores-fantasma que, de repente, se iluminavam num jogo-de-espelhos (AdNotam); paredes que se abriram para revelar conteúdos secretos de imagens e sons, que estavam ocultas, assim surpreendendo os visitantes, para satisfação e divertimento dos anfitriões, numa casa concebida pela Modular Systems, que aqui era auditório, mas podia ser dormitório ou escritório. É à vontade do freguês...
Colunas de som encastradas no tecto para sonorizar filmes e concertos projectados na tela que, tal como numa peça de Shakespeare, eram a player that struts and frets his hour upon the soundstage and is heard no more, isto porque só sabemos que lá estão quando se ouvem, depois desaparecem.
O Francisco já conheço há muitos anos. É um profissional com alma de artista. E músico: toca baixo Fender. Não admira que na demonstração das Avantgarde Zero 1 tenha escolhido faixas nas quais o baixo (refiro-me à guitarra-baixo) brilha: funk nórdico e R&B sul-africano, um cocktail que vai bem com esta excepcional combinação do conceito de corneta com DSP, no qual tradição e modernidade se fundem.
A corneta é a coluna primordial, e a sua concepção confunde-se com a evolução da raça humana, quando o homem descobriu que podia projectar e amplificar a sua voz utilizando as mãos como megafone.
As cornetas são geralmente enormes na dimensão, complexas na construção e caras na aquisição. E nada discretas. Se as colocar numa sala, ninguém poderá dizer que entrou, saiu e nem deu por elas. Mesmo que mudas e quedas, estão lá: não se ouvem só, saltam aos olhos!
Neste contexto, as Avantgarde Zero 1 são as cornetas mais discretas do mundo. Pequenas e incolores (branco-parede ou negro-antracite), são autosuficientes (conversão D/A e amplificação integrada) e ligam-se entre si pelo éter, sem fios, via um protocolo wifi, que transmite as bandas separadas para cada unidade (ver brochura em pdf).
Só precisa de iPad, Server e Router para ficar ligado musicalmente ao mundo (Spotify, iTunes, internet Radio) e à sua colecção privada. Zero=Três: coluna, DAC e amplificador (analógico para médio e agudo e digital para os graves).
Eu já tinha sido exposto à 'alta temperatura' das Zero, em Paris e Munique, mas não há nada como ouvi-las numa sessão privada que também pode marcar pessoalmente com o Francisco. Para lhe aguçar o desejo, eis uma pequena amostra do que o espera no auditório da Luz e Som.
Nota: ver em HD full screen e ouvir com auscultadores para apreciar a qualidade das fotos e dos sons. Suba o volume em relação aos videos anteriores. Para garantir uma dinâmica total sem overload digital, o registo é efectuado a um nível médio baixo.
Nota: todos os excertos musicais que ouviu foram registados em 44,1kHz/16 bit, directamente no auditório da Luz e Som, incluindo os Beatles, e editados sem outro processamento que não seja a inevitável compressão para poder ser publicado na internet.