JVH foi assistir ao último concerto das colunas McIntosh XR100, acompanhadas pelo amplificador integrado MA-12000. A McIntosh é mais conhecida pela eletrónica de olhos azuis, mas as XR100 são a prova de que a McIntosh também tem um olhar diferente sobre a música.
Se bem me lembro – e não é coisa que se esqueça facilmente – esta foi a minha primeira audição informal das XR100. Depois de ouvir, em diversas ocasiões, as enormes XR-T1 (ver Artigos Relacionados no final), a expectativa era grande, e não saí defraudado.
Na amável companhia de Jorge Mendes, ouvi um sistema composto por:
- Colunas McIntosh XR100
- CD/SACD McIntosh MCD600
- Integrado McIntosh MA12000
- DAC Mola-Mola Tambaqui
- Servidor SOtM sMS-1000SQ + Ferrum Hypsos
- Switch - Innuos PhoenixNET
- Filtro de Corrente Shunyata Everest
- Ground Blocks - Shunyata Altaira
- Cabos de Coluna - Shunyata Sigma
- Cabos de Sinal - Shunyata Alpha
- Cabos de Rede - Shunyata Sigma & Alpha
- Cabos de Corrente - Shunyata Sigma & Alpha
- Racks - Finite Elemente Pagode Edition
As XR100 diferem das colunas convencionais compostas por um altifalante de graves, tipo alguidar, uma unidade de médios e outra de agudos. A McIntosh optou, tal como nas XR-T1, embora em menor escala, por utilizar altifalantes múltiplos para cobrir cada área do espetro da banda áudio, o que lhes dá um ar de produto sci-fi.
A XR100 é uma 4-vias, na qual os graves são reproduzidos por 4 altifalantes de 6 polegadas (ca. 15 cm); os médios por 10 unidades de médios de 2 polegadas (ca. 5 cm) em titânio; e os agudos por um único supertweeter de ¾ de polegada. Isto porque das 10 unidades de médios, as duas que flanqueiam o tweeter reproduzem os médio-agudos.
Esta configuração tem duas vantagens: os altifalantes são mais pequenos, e por isso respondem mais rapidamente aos transitórios; o padrão de radiação polar favorece a dispersão horizontal, garantindo uma imagem ampla e estável.
Além disso, as XR100 ‘aguentam-se’ com 600W, permitindo elevados níveis de pressão sonora, mas soam igualmente limpas e transparentes a níveis muito baixos de sinal, como pude constatar.
A resposta em frequência vai dos 30Hz aos 43kHz (coluna de banda larga), sendo a carga de graves do tipo reflex, com pórtico de ranhura na parte superior traseira, o que nos fez suspeitar, tanto eu como o Jorge Mendes, que se trata de facto de uma forma simplificada de linha-de-transmissão, talvez do tipo Bailey.
A qualidade do grave é notável, mas não desceu tão baixo quanto eu esperava. E creio que descobri o porquê, quando vi o vídeo em 4K, pois o lacado em negro piano estava ainda protegido por plástico e as XR100 tinham a ‘boca’ parcialmente tapada, pelo que se comportaram mais como uma ‘caixa-fechada’ durante esta audição, logo com uma grave mais tenso e menos extenso.
O que mais surpreende é a imagem quase holográfica proporcionada pelo painel ‘multidrive’, com uma definição de planos perfeita.
De tal modo, que demos connosco a comparar a mesma faixa com origem Tidal e Qobuz. Assim, achei que seria interessante convidar os leitores a participar também nesta comparação, por meio do vídeo que se reproduz em baixo, no qual se pode ouvir um excerto de ‘Somewhere, Somebody’, por Jennifer Warnes, do excelente álbum ‘The Hunter’. Enjoy.
Nota: Uma ligeira distorção que se ouve nos picos deve-se a um mau ajuste do nível de entrada no gravador.