Aproveitando as excelentes condições acústicas dos auditórios das lojas de Lisboa e Porto, a Imacustica tem vindo a realizar audições públicas de equipamento highend abertas a todos os visitantes, que podem ainda habilitar-se ao sorteio de uma Devialet Phantom, bastando para isso preencher a respectiva ficha de inscrição.
Embora esta experiência esteja disponível – sem qualquer compromisso - durante toda a semana, é naturalmente ao fim-de-semana que o ‘ritual auditivo’ atrai mais pessoas que, em boas condições de conforto – e sem necessidade de fazer fila à porta da Sala Campolino, como aconteceu este ano no audioshow – podem ouvir sistemas de sonho que um dia, quem sabe, serão realidade no seu próprio ambiente doméstico. E mesmo que o sonho nunca se concretize, ‘aprende-se a ouvir’, algo que pode ser muito útil na escolha de outros equipamentos mais acessíveis.
O Hificlube apresenta aqui a reportagem do primeiro fim-de-semana do Imashow 2016, durante o qual foram demonstrados 3 sistemas em três auditórios diferentes: ARC/Sonus Faber Cremonse, Dartzeel/Martin Logan Neolith, Constellation/Magico Q 7II.
As fotos são apresentadas em formato slideshow de alta resolução (até 2K), que pode e deve ser seleccionada clicando no ícone HD do vídeo: 1080p já tem qualidade razoável. Tentou-se transmitir nas fotos o ambiente intimista de luz e cor dos auditórios, evitando o flash.
A banda sonora é composta por registos digitais obtidos nas respectivas salas, mediante a colocação de um duplo microfone cruzado a 90 graus ligeiramente à frente da ‘sweet spot’. Não foi utilizado qualquer CD ou ficheiro áudio comercial, nem se efectuou qualquer processamento posterior à captação, além da aferição do nível médio de volume.
Nota: Para melhor resultado, sugere-se o visionamento em HD full screen e a audição com um bom headampDAC/auscultadores ou ligado ao sistema doméstico de alta fidelidade.
Sistema Audio Research/Sonus Faber ‘Il Cremonese’
Embora sejam novidade na Imacustica, conheço bem as Cremonese, depois de uma primeira audição no Festival Du Son Paris 2015 e de uma tarde bem passada em NY, na WOM Townhouse, na companhia do seu criador Dr. Paolo Tezzon, que as considera a sua melhor obra, desde que dirige o departamento de pesquisa e desenvolvimento da Sonus Faber. E eu tendo a concordar com ele, embora, como é óbvio, não tenham a escala das Aida e Lilium, que as antecederam.
Quanto ao excelente ARC GS150, é a minha actual referência a válvulas, depois de o ter testado para a revista inglesa HiFiNews. Podem ler o teste aqui.
O Audio Research Reference 6, que foi também uma das vedetas convidadas na recepção à imprensa na WOM Townhouse NY, é um dos meus projectos editoriais em desenvolvimento, que será igualmente publicado na imprensa inglesa.
Uma gravação ‘artesanal’ não pode nunca transmitir o verdadeiro carácter e as qualidades sonoras de um equipamento, nomeadamente as colunas. Mas estes dois excertos, sobretudo o segundo, de ‘Amy’, por Ryan Adams, são um bom aperitivo para o que pode apreciar ‘ao vivo’ na loja da Imacustica de Lisboa. E, no final, ainda o tratam a biscoitos e Vinho do Porto…
Sistema PS Audio/DartZeel/Martin Logan Neolith
Esta era uma das grandes atracções do Imashow 2016, tanto para aqueles que tiveram oportunidade de ouvir as Neolith com amplificação Constellation no audioshow 2016, como para todos aqueles que não puderam ou não conseguiram entrar na Sala Campolino, no Pestana Palace. A Imacustica optou por as colocar no auditório 2, pois o auditório principal de maiores dimensões foi reservado (já lá vamos) para as imponentes Magico Q7 II, mas Luis Campos conseguiu o milagre de as afinar em curto espaço de tempo.
A ‘quantidade’ de graves das Neolith vai continuar a ser motivo de discussão e polémica, pois depende muito do gosto musical e do ponto-de-escuta. Neste caso, o grave tinha mais peso na ‘sweet spot’ que no sofá atrás, dependendo dos modos da sala e da música a reproduzir, mas os resultados falam, ou melhor, tocam por si. Quanto à transparência, resolução e ilusão de presença conferido pelo painel electrostático, estamos conversados.
Optei por gravar novamente Bethania, cantando ‘Lágrima’, para os leitores poderem comparar com o registo feito no audioshow 2016 (aqui). Seguiu-se Keb Mo, com uma batida bem ‘ao vivo’, e eu sei porque já assisti a um concerto exclusivo de Keb Mo e a sua banda num show da Stereophile em NY. E, finalmente, a pedido de várias famílias, Benjamin Clementine, uma das descobertas de Luís Campos, que eu tinha deixado de fora na reportagem do audioshow 2016.
Nota: Este sistema viajou entretanto para a Imacustica – Porto, onde vai ser demonstrado este fim-de-semana para os entusiastas da Invicta (ver aqui).Em sua substituição, a Imacustica – Lisboa optou por outro sistema de alto nível com base nas Wilson Audio Alexia, alimentadas por Constellation Audio 1.0 (ver testes aqui e aqui).
Sistema Metronome/Constellation Audio/Magico Q7 II
Esta era a pièce-de-résistance do Imashow 2016: as Magico Q7 II, alimentadas por Cosntellation Audio Virgo III/Centaur II.
As Magico Q 7II, já equipadas com o módulo de upgrade, cuja montagem obriga a uma verdadeira intervenção cirúrgica, pois além dos altifalantes e do filtro divisor substitui-se também o pesado baffle, são actualmente a única hipótese de se chegar próximo do nível das M-Pro (ver reportagem da apresentação aqui), das quais foram construídas apenas 50 pares – e já não há mais!
O preço das Q7II é muito elevado, mesmo pelos padrões do highend, mas os resultados uma vez mais ‘tocam’ por si: oiça-se Abrunhosa cantando ‘...os braços de minha mãe’ e dá vontade de nunca mais sair dos braços mágicos das Magico Q7II.
Como sempre acontece quando Luis Campos está aos comandos, a qualidade e variedade da música sobrepõe-se a qualquer outro requisito audiófilo, numa demonstração cabal de que os grandes sistemas devem servir para ouvir música e não apenas para ouvir sons. Até se ouviu Dean Martin, numa gravação dos anos 50!...
Imashow 2016 – a não perder até final de Abril, nas lojas de Lisboa e Porto.