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Wilson Audio Sabrina V — O Regresso da Princesa

Sabrina solo above cover.jpg

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A Sabrina V não é só mais uma sequela da Sabrina original. O novo modelo substitui a Sabrina X e herda a tecnologia dos topos de gama — da Chronosonic XVX à Alexx V e Sasha V — para reproduzir um som mais coeso, mais orgânico e, sobretudo, mais musical.

As Sabrina originais deixaram-me encantado com a sua atuação no Audioshow 2016, tendo eu comentado na reportagem que então publiquei:

Sabrina no Audioshow 2016

‘Em termos relativos (de tamanho e preço) considero a princesa Sabrina a melhor coluna de sempre criada pela escuderia Wilson Audio. O som tem o equilíbrio tonal certo e o grave o peso ideal para o seu porte’.

Sabrina X, na Imacustica-Lisboa (2020)

Em 2020, fui secretamente ouvir as Sabrina X, na Imacustica-Lisboa, em primeira mão mundial, e tive de esperar pelo levantamento do embargo para poder divulgar o acontecimento.

 

Sabrina V na Imacustica-Lisboa (2025)

 

Cinco anos depois, eis que estou de novo na presença da ‘Princesa Sabrina’, agora com o ‘V’, com um título nobiliárquico normalmente associado a ‘Vitória’, mas que muito prosaicamente tem a ver com o material de que é fabricada, segundo a nomenclatura wilsoniana: o painel frontal é em H-Material — um composto de alta densidade, idêntico ao X-Material, igualmente rígido, mas mais macio, e por isso um pouco mais ‘musical’ no médio — combinado com painéis em X-/V-Material e com o desacoplamento V-MCD integrado na base, que já aceita Acoustic Diodes diretamente, eliminando ressonâncias e vibrações mecânicas.

Dote de Princesa

Segundo Daryl Wilson, XVX significa X = passado, V = presente, X = futuro. Será que nas Sabrina V só o presente conta? Não, porque, sendo Sabrina a princesa querida da Wilson Audio, ela herdou toda a tecnologia do passado e do presente para lhe garantir o futuro:

Tweeter Convergent Synergy Carbon (CSC)

Tweeter Convergent Synergy Carbon (CSC)

Tweeter Convergent Synergy Carbon (CSC) de 1 polegada, cúpula mole de tecido tratado, desenvolvido para a Alexx V;

Médio QuadraMag de 7 polegadas com íman AlNiCo

Médio QuadraMag de 7 polegadas com íman AlNiCo

Médio QuadraMag de 7 polegadas com íman AlNiCo ( Alumínio, Níquel e Cobalto), uma jóia herdada da Chronosonic XVX, a mãe de todas as Wilson, e também utilizada na dinastia Alexx V/Alexia V/Sasha V e WATT·Puppy — pela linearidade e riqueza tímbrica na banda à qual o ouvido é mais sensível;

Sabrina V: um trio de altifalantes de respeito num corpo pequeno.

Sabrina V: um trio de altifalantes de respeito num corpo pequeno.

Woofer de 8"o mesmo das Sasha V e WATT·Puppy — escolhido pela autoridade e pela resposta rápida, com graves articulados e sólidos.

Educação Musical

Além do dote tecnológico, a princesa recebeu uma educação musical esmerada:

  • O pórtico de graves foi recalibrado para o baixo poder descer mais fundo;
  • No filtro divisor, são agora utilizados exclusivamente condensadores AudioCapX-WA, de fabrico próprio com terminais de cobre, para garantir uma melhor transição entre graves e médios.
  • Colocação do painel de resistências do filtro divisor, numa moldura de alumínio, que passou agora do fundo para as costas, com afinação facilitada pela montagem das resistências com parafusos apertados manualmente.
A Sabrina V com as cores nacionais (criado por Photoshop)

A Sabrina V com as cores nacionais (criado por Photoshop)

Guarda-Roupa Real

A silhueta elegante da princesa (um pouco mais alta e magra que a Sabrina X) exige um guarda-roupa a condizer. A Sabrina apresenta-se vestida de cores neutras WilsonGloss, como Galaxy Gray, Quartz, Carbon e Medio Grigio, mas pode configurá-la em centenas de cores (com a cor do tecido da grelha a condizer). Pode até solicitar para as pintarem nas cores da sua bandeira nacional.

Tal como a mulher metafórica de ‘She’s a Rainbow’, dos Rolling Stones, Sabrina ‘comes in colors everywhere’, vestindo-se de mil cores e a sua presença traz ao mundo: cor, luz e alegria:

Have you seen her all in gold?
Like a queen in days of old
She shoots colors all around
Like a sunset going down
Have you seen a lady fairer?

As Sabrina V + dCS LINA X º Audio Research 6SE/160S, no auditório 2 da Imacustica-Lisboa

As Sabrina V + dCS LINA X º Audio Research 6SE/160S, no auditório 2 da Imacustica-Lisboa

Sabrina V em Concerto na Imacustica – Lisboa

As Sabrina V cantaram só para mim na Imacustica-Lisboa. Ouvi-las num dos auditórios da Imacustica, em lugar de as trazer para a minha sala de audição, teve assim todas as vantagens — e não me refiro ao espaço e às condições acústicas apenas: também não tive de me preocupar com a logística, o transporte, a colocação e a afinação.

dCS LINA X

dCS LINA X

Quando cheguei à Imacustica, já estava tudo preparado: o Manuel, o Paulo e o Miguel já tinham feito uma audição preliminar, tendo chegado à conclusão de que as Sabrina tocam melhor com válvulas, e optaram pelos excelentes Audio Research Reference 6SE/160S, com cablagem Transparent Audio e fonte dCS LINA X. Limitei-me a montar o equipamento de gravação de som e imagem e a selecionar a música no iPad.

Audio Research Reference 6SE

Audio Research Reference 6SE

Audio Research Reference 160S

Audio Research Reference 160S

Ora, estas são as mesmas condições de que qualquer leitor do Hificlube pode usufruir, eliminando assim da equação as variáveis da minha sala e do meu equipamento associado, às quais não tem acesso e nunca poderá comparar, ao contrário do que sucede na Imacustica-Lisboa.

Assim, o som que se ouve no vídeo é o mesmo que vai ouvir na Imacustica-Lisboa, com a ressalva de que o som e a imagem via YouTube são meramente ilustrativos — e não representativos — daquilo que se ouve/vê ‘ao vivo’. Ter a sensação de estar lá não é o mesmo que estar lá.

Audição

Eis as 3 faixas que selecionei para si e registei em vídeo das muitas que ouvi:

“Bird on a Wire” — Jennifer Warnes

A Sabrina V sente-se particularmente feliz com vozes femininas. Warnes surge luminosa, introduzida pelo impacto sólido da percussão, com forte substância no registo médio-baixo; e sem nada daquele açúcar artificial que alarga a imagem, mas rouba estrutura intrínseca ao som. As cordas e percussões leves assentam num palco largo e fundo, com foco estável, mesmo quando a orquestração ganha densidade. Os AudioCapX-WA no crossover deixam passar a textura e o ar entre os fios do tecido acústico. É uma apresentação elegante e coesa, digna de uma princesa.

“Smoke on the Water” — Deep Purple

Uma das críticas dos nossos seguidores no YouTube é que só selecionamos música audiófila e fácil de reproduzir. Pois aqui vai: rock da pesada para testar o músculo, ataque e controlo em volume real de PA. O famoso riff entra anguloso e com peso; e a tarola parece estalar a cada impacto, enquanto os pratos pairam no ar com decay audível. A Sabrina V não se encolhe: mantém a rédea do grave, sem excesso de caixa, e assim a linha de baixo não engorda quando o volume sobe. O palco organiza-se em camadas, com o Hammond a suportar sem invadir o território da voz e das guitarras. Dinâmica, velocidade e ritmo típicos da escola Wilson; dá vontade de rodar mais um ponto no potenciómetro — e ela aguenta, sem distorcer a imagem ou afetar o timbre. Até faz fumo!

“The Sound of Silence” — The Ghost of Johnny Cash

As Sabrina V corporizam na sala o ‘fantasma’ de Johnny Cash, que surge de pé à nossa frente, nesta leitura sombria do clássico de Simon & Garfunkel, com a voz quasi a capella solidamente focada; e aquele timbre grave e profundo de barítono, envolto no ar do estúdio, que só o QuadraMag sabe revelar sem endurecer as consoantes. A respiração, as pausas, o peso das palavras — tudo recortado sobre um fundo negro, com uma pincelada de guitarras sintetizadas, e o 'decay' audível, que parece suspender o tempo: sem dúvida mérito do CSC que estende os agudos etéreos sem ferir os ouvidos. No extremo grave, o ‘woofer’ de 8" reproduz o peso do ar no estúdio, mas sem afetar o contacto íntimo, como se estivéssemos a dois metros do intérprete.

Nota: A captação das imagens e do som do vídeo não é simultânea. Primeiro, registei as imagens, que editei depois para ilustrar o som dos excertos das faixas acima descritas, captadas por um gravador digital Nagra SD (cortesia da Ajasom), colocado estático na ‘sweet spot’. Tudo o que se ouve foi gravado no auditório da Imacustica-Lisboa diretamente das Sabrina, sem processamento ou equalização.

Conclusão

A Sabrina V mantém a filosofia plug-and-play, sem o alinhamento temporal modular, que distingue os modelos de topo, mas não abdica de escala, dinâmica e verdade tímbrica. Se a alimentar com corrente decente e cuidar do acoplamento ao chão e da colocação, a Sabrina devolve-lhe um palco tridimensional, um ritmo viciante e uma musicalidade que nos prende à cadeira — e nos faz esquecer o tempo que passa. É um arrepio pela espinha em forma de ‘V’.

 

Ficha técnica

  • Configuração - 3-vias: tweeter CSC 1", médio QuadraMag 7" AlNiCo (cone compósito de pasta de papel), woofer 8" (pasta de papel).
  • Tipo de caixa: tweeter selado; médio ventilado traseiro; grave com bass-reflex traseiro.
  • Resposta em frequência: 27 Hz – 24 kHz (±3 dB).
  • Sensibilidade: 87 dB; impedância nominal: 4 Ω (mínimo 2,23 Ω).
  • Potência mínima recomendada: 50 W por canal.
  • Tamanho/peso: cerca de 99 x 30,5 x 39,1 cm; peso na ordem dos 56 kg por coluna. Ligeiramente mais alta, magra e pesada que a Sabrina X.
  • Acabamentos e upgrades: WilsonGloss; roscas para Acoustic Diode; acesso traseiro às resistências; base V-MCD.
  • Preço: 39 990 €
  • Distribuidor: IMACUSTICA

Sabrina solo above cover

Tweeter Convergent Synergy Carbon (CSC)

Médio QuadraMag de 7 polegadas com íman AlNiCo

Sabrina V: um trio de altifalantes de respeito num corpo pequeno.

A Sabrina V com as cores nacionais (criado por Photoshop)

As Sabrina V + dCS LINA X º Audio Research 6SE/160S, no auditório 2 da Imacustica-Lisboa

dCS LINA X

Audio Research Reference 6SE

Audio Research Reference 160S


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