Dan D’Agostino Progression pre/stereo, dCS Vivaldi One e Wilson Audio Alexia 2, em estreia absoluta na Imacústica-Lisboa, com a presença de Bill McKiegan (D’Agostino), Peter McGrath (Wilson Audio), na foto, e Raveen Bawa (dCS).
No âmbito do Imacshow 2017, de cujo programa o Hificlube já publicou uma reportagem aqui, as celebrações voltaram à excelente loja da Imacústica em Lisboa, na Av. do Brasil, com a presença das conhecidas personalidades internacionais acima referidas, que se fizeram acompanhar pelo distribuidor londrino e parceiro de longa data de Manuel Dias, Ricardo Franassovici. O bom filho regressa assim à sua pátria bem-amada: Portugal e a língua portuguesa, que domina com à-vontade e orgulho.
Desta vez o pretexto foi a apresentação em estreia de três produtos de outras tantas marcas representadas pela Imacústica, que foram exibidos ou anunciados no Highend 2017, em Munique: o fabuloso leitor-DAC-upsampler dCS Vivaldi One, o prévio e o amplificador stereo Dan D’Agostino Progression, na peugada dos monoblocos testados por JVH para a Hifi News (podem ler também o pdf em inglês aqui) e as notáveis Wilson Audio Alexia Series 2, aproveitando para fazer múltiplas combinações de outros produtos destas marcas em três auditórios diferentes:
Auditório Principal: TechDAS AirForce III, dCS Vivaldi, D’Agostino Momentum Pre+Progression Mono e Wilson Audio Alexia 2
A apresentação e demonstração das Alexia 2 esteve a cargo de Peter McGrath, visita regular da Imacústica que, tal como tinha prometido na entrevista que publicamos em 2013 aqui, desta vez fez-se acompanhar pela esposa.
Nota: a apresentação quase integral tem 13 minutos e foi transmitida em directo na página do Facebook do Hificlube, e está acessível a todos os leitores, embora a qualidade de som e imagem não seja a ideal, e por isso não a reproduzimos nesta reportagem.
O vídeo acima não é representativo da qualidade de som do sistema , pois o áudio foi registado com o microfone da própria câmara fotográfica. Pretende-se apenas recriar o ambiente que se viveu na Imacústica, e onde se ouviu um som de excepcional qualidade, sobretudo sempre que Peter utilizava as sua próprias matrizes digitais, como já fizera quando da apresentação das Wilson Audio XLF em 2013.
Nota: Uma vez que foi o próprio detentor dos direitos que reproduziu as matrizes, espero que desta vez o You Tube não nos venha acusar de violação de copyright…
Na sua longa alocução (I’m not just a disc-jockey…), Peter debruçou-se mais sobre a ‘filosofia do tempo’ que sobre aspectos técnicos da nova versão. Tendo tocado um excerto de uma gravação sua registada ao vivo, Peter explicou que o segredo do impacto dos grandes tímbales era o resultado da manipulação digital da ‘posição’ dos microfones:
‘Os microfones que registam as cordas, os sopros, os metais e a percussão estão em diferentes planos dentro do palco, tal como as secções referidas da orquestra. Mas na pós-produção é possível colocá-los todos no mesmo plano corrigindo o atraso temporal. No fundo, o que David Wilson tentou toda a sua vida, e conseguiu finalmente com as Wamm Chronosonic, foi obter a fase geométrica perfeita, com alinhamento temporal de todos os altifalantes, com uma precisão de 6 microsegundos, algo impossível de obter com colunas de baffle plano e fixo.
E Peter continuou, perante o claro interesse das pessoas presentes: Ao contrário de outras marcas famosas, que produzem um ou dois topos-de-gama de elevada tecnologia, mas que depois não se reflectem nos modelos abaixo, a Wilson Audio aplica tudo o que desenvolveu e aprendeu nos modelos mais baratos, da mesma forma que os fabricantes de Fórmula 1 aproveitam a tecnologia nos modelos mais acessíveis. E a Alexia vai tão longe na precisão do alinhamento temporal quanto é possível dentro da sua categoria e preço. É que, depois de ouvirmos as Chronosonic, já não é possível ouvir colunas ‘desalinhadas’…
Quando lhe perguntei, se na próxima visita viria acompanhado das ‘Million Euro Loudspeakers’ Wamm Chronosonic, sorriu: ‘Se alguém aqui as quiser comprar…Mas tem de se apressar…vamos fazer só 70 pares e já só temos muito poucas ( a few, disse ele)…’. Se eu conseguir convencer David Wilson, talvez no próximo Highend, em Munique, mas terá de ser no grande salão de um hotel da cidade. Entretanto, quem as quiser ouvir vai ter se deslocar ao Utah…’.
Auditório 1: dCS Rossini, Dan D’Agostino Pre/Stereo, Wilson Audio Sabrina
A apresentação esteve a cargo do ‘bom gigante’ Bill McKiegan, que transitou da Krell, onde trabalhara com Dan, para a D’Agostino Master Systems, com o mesmo empenho e entusiasmo que sempre lhe conheci.
Quando lhe perguntei se já tinha vindo a Portugal antes, Bill riu-se: ‘Ainda estive cá a semana passada no Algarve. No Algarve? Mostrei-lhe a minha surpresa, pensando que teria sido inaugurada por lá uma loja highend, que desconhecia. ‘Estive a jogar golfe… os campos lá são fabulosos!...’
Desta vez, o jogo era outro, mas a qualidade dos ‘campos’ da loja da Imacústica-Lisboa não se fica atrás dos ‘greens’ do Algarve.
Peter McGrath tinha passado pelo auditório 1 para uma ‘vistoria’ (ou será auditoria?) e sugeriu que as Sabrina fossem afastadas da parede e entre si ‘just a few inches’. Curioso é que um ligeiro ênfase no médio-grave desapareceu, sem afectar a textura e corpo pelo qual a Sabrina é famosa. ‘I love the shape of your body’. Será que Ed Sheeran se inspirou na Sabrina?...
Nota: a apresentação integral de Bill McKiegan reproduzida acima foi também transmitida em directo na página do Facebook do Hificlube.net e está acessível aos leitores. Entretanto, aqui fica uma versão ‘upsamplada’ do vídeo de má qualidade e um texto com o essencial do que foi dito em inglês.
'A Progression Series foi a forma que encontramos para oferecer a magia da Momentum Series num pacote mais acessível. O prévio não é muito diferente do ‘irmão mais velho’. Também tem duas caixas, com a fonte de alimentação isolada para eliminar o ruído. E tem a funcionalidade de ‘dupla-zona’, podendo activar e controlar em duas salas separadas. Por isso, o controlo remoto funciona por Bluetooth, não é preciso estar à frente do prévio para o activar. Tem uma segunda saída DC activa para poder ligar no futuro módulos independentes de phono, amplificador de auscultadores, server, etc. Esta é a versão de linha analógica, mas já pode comprar um circuito digital encastrável opcional com entrada USB, óptica e coaxial com resolução PCM384/24 e DSD256. Que nunca vai ficar obsoleto, porque é actualizado por software.'
'O Progression Stereo aqui na versão prata, que também vai ser comercializado em negro, tal como os monoblocos, é um amplificador de 300W, que dobra a potência em função da impedância, o que tem o efeito subjectivo de adicionar um subwoofer ao sistema. Tem muita da tecnologia do Momentum, além de um novo circuito designado por SuperRail que aumenta de forma tremenda a potência do andar de ganho que se traduz em maior potência no andar de saída. Tal como o prévio o amplificador também é ‘actualizável’. E pode sê-lo no próprio distribuidor nacional sem necessidade de ser enviado para a fábrica, tal como acontece como o Momentum.'
Auditório 2: dCS Vivaldi One, Dan D’Agostino Momentum Integrated, Wilson Audio Yvette
No auditório 2, o simpático Raveen Bawa apresentava o Vivaldi One, a versão tudo-em-um do estratosférico Vivaldi (menos o relógio que se vende em separado), que foi anunciado também no Highend 2017.
Nota: Tal como as outras duas apresentações, também a de Raveen foi transmitida em directo na página do Facebook do Hificlube.net aqui (se ainda não subscreveu, aproveite agora).
Aqui fica o essencial do que foi dito em inglês na versão integral:
'Pela primeira vez, um modelo da dCS é comercializado em várias cores, incluindo o branco e o dourado. Utiliza a última geração do RingDAC. A dCS não utiliza ‘chips’ como a concorrência e cria a sua própria tecnologia de conversão sem as limitações impostas por ‘chips pré-programados. Trata-se de uma edição limitada a 250 exemplares. Da versão completa do Vivaldi em vários chassis, o Vivaldi One utiliza apenas o leitor-DAC e o Upsampler. O ‘clock’ é o mesmo do Vivaldi e pode ser comprado em separado'.
Em conversa privada, Raveen confirmou-me a informação de que a dCS tem estado a desenvolver a aplicação a todos os seus modelos da conversão MQA, começando pelos modelos de caixa única como o Rossini e o One. Quando lhe perguntei como era isso possível, porque a dCS não utiliza ‘chips’ e o MQA vem ‘montado’ num ‘chip ‘ pré-programado, Raveen revelou que a Meridian forneceu o código-base e os algoritmos à dCs para esta poder criar um conversor MQA de base software.
‘Será a melhor implementação de MQA do mercado. E os nossos clientes podem descarregá-la gratuitamente no site da dCS!...’
O sistema acrescentou mais alguns pontos à avaliação que tinha feito às Wilson Audio Duette para a Hifi News, cujo teste integral em inglês podem ler aqui em pdf.